Justiça

Ministério Público investiga morte de bebê e retirada do útero de gestante em maternidade de Campina Grande


12/03/2025

Da Redação / Portal WSCOM



O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu uma investigação nesta quarta-feira (12) sobre um caso de negligência médica envolvendo a morte de um bebê e a retirada do útero de uma gestante no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), maternidade pública de Campina Grande. O procedimento foi instaurado pela promotora Adriana Amorim, após tomar conhecimento do episódio pelas redes sociais e pela imprensa.

Segundo o relato publicado pelo pai da criança, Jorge Elô, em uma rede social, a gestante teria recebido uma dosagem excessiva de medicamento utilizado para induzir o parto. As complicações levaram ao falecimento do bebê e à necessidade de retirada emergencial do útero da mulher. “Ela começou a vomitar e a tremer de frio. Ao procurarmos ajuda, ouvimos que era ‘normal’. Desesperada, [a vítima] implorou para não ficar sozinha, mas as profissionais a abandonaram, alegando ter outras gestantes para atender”, afirmou Jorge Elô.

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Em entrevista à rádio CBN João Pessoa, o pai disse ainda que, após horas sem informações claras sobre o estado da esposa, encontrou a equipe médica já retirando o bebê morto e segurando o útero da gestante. “O médico me entregou o órgão para eu fazer a biópsia do útero e explicou que nunca tinha visto um rompimento daquela forma”, completou.

A Secretaria de Saúde de Campina Grande comunicou que já abriu uma sindicância interna e determinou o afastamento temporário dos profissionais envolvidos no procedimento. Até o momento, apenas um médico foi afastado, e os demais deverão deixar suas funções em até 48 horas, segundo nota oficial da unidade hospitalar.

Paralelamente, a Polícia Civil investiga o caso, sob responsabilidade do delegado Rafael Pedrosa. O delegado informou que aguarda laudos periciais, incluindo exames toxicológicos e de lesão corporal na mãe, além de análise detalhada do útero retirado durante a cirurgia.

A gestante encontra-se atualmente internada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campina Grande, apresentando dores abdominais e aguardando transferência para um hospital público onde possa receber tratamento especializado. De acordo com a direção da UPA, o estado clínico da paciente é estável, mas ainda não há diagnóstico definido sobre a causa das dores.

O MPPB também solicitou a abertura de sindicância pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) e pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PB). O CRM informou, entretanto, que ainda não recebeu a notificação formal sobre o episódio.



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