Política

OPINIÃO: RC acusa MP e Judiciário de punir sem provas, diz ser vítima por apoiar Lula e quer enfrentar todos, até João Azevêdo


13/03/2020

Por Walter Santos



RC ressurge ao seu estilo: se vê vítima por defender Lula, acusa MP e Judiciário de condenar sem provas e garante resistência para defender legado

A rotina sem trepidação comum nas sextas-feiras de João Pessoa  foi quebrada com a entrevista do ex-governador Ricardo Coutinho pela primeira vez desde a prisão em rede estadual na Rádio Sanhauá rebatendo todas as denúncias formuladas pela Operação Calvário se apresentando como inocente e exigindo provas do MP e Judiciário pois, para ele, é vítima e tudo começou em 2015 quando defendeu Lula e Dilma vítimas da Lava Jato.

Na entrevista ancorada pelo radialista Antônio Malvino, RC reapareceu ao seu estilo encarando e jogando duro com todos seus adversários à quem pediu saúde a todos eles para assistir à sua superação admitindo disputar a Prefeitura de João Pessoa pelo campo democrático e popular. Aliás, a presidenta do PT da Capital, Giucélia Figueiredo, se fez presente.

Pareceu, ao final, querer dizer que estará sozinho, ele e o PT, contra todos na Paraíba. Em que pese sua retórica, esta realidade ampliará em muito as dificuldades para ele e seu projeto.

A NARRATIVA DAS ACUSAÇÕES SEM PROVA

Ricardo Coutinho mostrou mais uma vez que anda com retórica inabalável sempre se colocando como “maior gestor do Estado”, mas vítima de uma perseguição mortal do Ministério Público e Judiciário sem que apresentem uma única prova. Neste particular, passa à acusação a exigir que as provas em detalhes sejam mostradas.

Na argumentação, entretanto, em que desqualifica por completo as 1 mil horas de Daniel Gomes, RC despreza em tese as diversas outras delações, inclusive de ex-auxiliares da intimidade acusando -o de liderar esquema de desvios de dinheiro.

ARMAÇÃO DE DANIEL

Neste particular, repito, RC não considera as mais de mil horas gravadas como provas porque entende ter sido vítima de grande esquema nacional depois que defendeu Lula e Dilma com um ex-acusado ( não se referiu ao pai de Daniel Costa), responsável pela estratégia de gravá-lo com intuito de lhe ferir de morte fatal.

Na narrativa de Ricardo, o Ministério Público através do GAECO e o Judiciário agiram mancomunados nesta grande estratégia, segundo ele, “punindo sem provas” desafiando, portanto,  os dois aparatos judiciais.

O INIMIGO JOÃO AZEVÊDO PELO TOM DESLEAL

O ex-governador foi cruel com o governador João Azevêdo por tratá-lo como desleal e traidor ao não defender o governo passado diante das diversas acusações de desvios e, ao contrário, ter desfeito todos contratos com OSs e não ratificando o estilo da gestão anterior.

Auto proclamado “maior governador da história”, Ricardo ignorou o fato do Estado se manter com status B no Tesouro Nacional e diversos programas e ações, que ele diz em 1,3 ano ser tudo ainda fruto de sua gestão.

Por essas e outras se disse arrependido de não ter disputado o Senado, mas se apresenta disposto a enfrentar todos os adversários que, na sua opinião, em João Pessoa só pensam em negócios.

 

RETOMANDO A BATIDA

O ex-governador garante que vai vencer a batalha diante das acusações de desvios de recursos públicos mantendo sua disposição de recorrer à Justiça contra seus adversários cobrando reparação.

Em síntese, Ricardo Coutinho voltou com seu estilo de atrair mais guerra sabendo que desta vez, além da disputa da retórica, está construindo a soma de todas as forças contra ele ampliando os momentos de aperreio sem igual.

Na essência política e ideológica ele retoma o enfrentamento com postura sem igual com desdobramentos à altura e possíveis novidades à vista.

TODOS JUNTOS

Para ser prefeito de João Pessoa, RC se aliou ao MDB colocando Manoel Júnior na vice. Foi reeleito tirando Jr colocando Luciano Agra na vice rompendo com o MDB.

Na sequência, em 2010, se compôs com Cássio para ser eleito governador, mas na reeleição trouxe Luciano Cartaxo para o apoio rompendo com PSDB tendo aliança com PMDB em 2014, no segundo turno.

Em 2018, derrotou todos os ex-aliados de uma vez só.

Agora, em 2020, vai à disputa Municipal contra todos, inclusive o governador João Azevêdo, seu e-maior aliado.

Bom, agora vamos ver no que vai dar esse somatório de frustrações.

 

 

 

 



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