Entrei na comunicação pela porta da frente levado por Otinaldo Lourenço, o maior nome da radiofonia paraibana, de quem herdei o gosto pela boa música e a simpatia pela realeza.

Monarquista de carteirinha e fã de 007, o galo, como era carinhosamente chamado pelos seus amigos, comandou nos anos setenta a Arapuan que era a TV Globo da época.

Por isso me sinto muito à vontade para analisar o novo boom da radiofonia paraibana a partir da migração das emissoras de AM e a constatação da pouca ou quase nenhuma notoriedade dos chamados podcasts.

A grosso modo, a história se repete, sem farsa, exatamente igual para os que se apressaram em decretar o fim da TV aberta com a chegada das grandes redes de jornalismo e os canais de streaming.

São os mesmos que hoje assistem boquiabertos a tentativa da CNN e da Netflix de operar no sinal aberto. Porque essa é a dinâmica da vida.

E o rádio faz parte dela como ninguém. Que sejam muito bem-vindas portanto a Parahyba FM – que com certeza vai soprar ventos de renovação sob a batuta do André Cananéia – e a João Pessoa FM que resgatou Tony Show, o sobrevivente de uma geração.

A seu favor, ambos têm uma boa história pra contar. André é o melhor jornalista cultural de sua geração, e, ao aceitar o desafio de enveredar pelo rádio, com certeza vai botar a boca no trombone para resgatar grande parte de nossa história musical.

E quanto a Tony, tem a mesma alma e essência de nomes como Airton José que comandava o Big Show do Bolinha e sabe que o show não pode parar.

Juntos, eles farão parte de uma plataforma vitoriosa que navega como uma onda no mar e com seu talento deixarão as pessoas ainda mais felizes.

E tudo isso na sintonia da vida, tocando hoje e sempre canções no rádio do seu coração.