Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Brasil

Não é hora de fazer politicagem


10/05/2024

Não pode haver outra reação, a não ser a de indignação, ao ver que importantes órgãos de imprensa se colocam a serviço da disseminação de falsas notícias, muito mais quando agem por motivação política, e, pior ainda, num momento de tragédia social como a que se abate sobre o Rio Grande do Sul. A Folha de São Paulo e o SBT, ignorando a catástrofe climática que coloca a população gaucha em situação de graves prejuízos, optaram por prestar um desserviço ao esforço coletivo no sentido de minimizar os estragos causados pelas chuvas, num desastre ambiental sem precedentes. A mentira não pode ser instrumento para promover ataques a um governo que vem dedicando, com muita responsabilidade, especial atenção em socorro das vítimas das enchentes que exigem manifestações de solidariedade de todos os brasileiros, independente de suas posições político-partidárias ou ideológicas.

Isso não pode ser considerado jornalismo. É uso político criminoso em desfavor do povo gaúcho, que vive uma crise climática, com repercussão na vida social, econômica e emocional, fazendo com que milhares de famílias experimentem as agruras do desabrigo, da fome, da sede e da desesperança. Trata-se de um comportamento que agride os conceitos de ética e compromisso com a verdade, que devem fazer parte do exercício do bom jornalismo. Ao invés de atuarem em consonância com o empenho colaboracionista que objetiva minimizar a dor daquela população, escolheram contribuir com a promoção de um clima de confronto político que nada ajuda no enfrentamento da calamidade.

Não é hora da politicagem. A manipulação sórdida das informações que se desviam da realidade dos fatos depõe contra a boa prática profissional que deve ser cumprida pelos veículos de comunicação. A guerra que todos nós devemos enfrentar, não é a determinada por paixões políticas, mas a que vem causando perdas irreparáveis para os compatriotas gaúchos. Se não querem ajudar, pelo menos, não atuem com o propósito de atrapalhar o trabalho que vem sendo realizado. Isso compromete a credibilidade e a confiança da mídia nacional, uma vez que exercita um oportunismo político num cenário de tanta dor e sofrimento. A mídia tem que ser um espaço de observância dos princípios civilizatórios, sem faltar com o bom senso. Quando ela se desvia dessa pratica, torna-se instrumento de interesses dos que se alinham como ativistas da extrema direita.


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