A questão da imortalidade sempre foi um tema de debates filosóficos. Ainda que experimentos científicos tenham tentado fazer com que o ser humano no seu aspecto físico possa ser imortal, a verdade é que nossa passagem pela terra é temporal. A imortalidade, portanto, se afirma nas convicções de fé religiosa, na compreensão de que existe vida após a morte. O corpo morre, mas a alma é imortal. Um dos grandes filósofos da humanidade, Platão, já dizia que “para acreditar na imortalidade é preciso assumir que a alma existe antes do corpo”.

O fenômeno da imortalidade é então algo que se restringe aos conceitos religiosos ou à perpetuação da memória, da lembrança eterna dos nomes ou feitos de pessoas que continuam a viver na lembrança do povo. A narração da História tem papel importante na concepção da imortalidade de personagens que protagonizaram acontecimentos inesquecíveis para entendimento do comportamento e construção das civilizações no curso dos tempos. Os membros de organizações como academia de letras, por exemplo, são tidos como imortais, porque sua obra fica perpetuada e será conhecida na sucessão de gerações.

O ser humano, por mais que se tenha debatido sobre a matéria, continua se questionando sobre a imortalidade, porque o evento da morte aparece como inevitável, pondo fim à vida corporal. Resta a crença de que a alma não morre, e assim possamos acreditar na imortalidade. A doutrina espírita professa a reencarnação, fazendo da imortalidade uma vivência de idas e vindas do espírito ao mundo terrestre, através de sua incorporação em pessoas e épocas diferentes.

Na Bíblia encontramos várias passagens que tratam da imortalidade da alma. Numa delas (Jo 11.25) Cristo diz: “Eu sou a ressurreição e a vida e todo aquele que crê em mim, mesmo que morrer, viverá, não perecerá”. Abre-se a perspectiva de que a morte é apenas o ensejo em que a alma sai do corpo para uma nova morada na eternidade, onde poderá encontrar efetivamente a felicidade e a paz. Para tanto é necessário comportar-se bem, de acordo com os preceitos estabelecidos pelo Ser Superior, Deus, ensinados pela doutrina religiosa. Quem age mal aqui na terra poderá experimentar a Justiça Divina na eternidade.

A imortalidade continuará sendo o inalcançável para a humanidade, enquanto vida física. O homem é considerado imortal na vida espiritual ou na memória do povo.

Nas entidades culturais, onde seus membros permanecem enquanto viverem, costuma-se atribui-los a imortalidade.

Na sua significação formal, em termos concretos, representa a perpetuação da lembrança daqueles que, mesmo não estando mais fisicamente em nosso meio, permanecem vivos pela contribuição que prestaram à Historia e à cultura.

Os homens, por serem efêmeros, não são imortais. Imortalizadas ficam seus ideais, suas ideias e suas obras.