A Fortaleza de Santa Catarina não pode ser privatizada

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Nada que possa ser considerado valor cultural nacional tem merecido a atenção e apoio do atual governo federal. Pratica-se a política anticultural. Estamos assistindo o desmonte de nossas instituições culturais. A cada dia vemos decisões que revelam a falta de reconhecimento da importância da cultura na formação da nossa cidadania. Percebe-se uma estratégica intenção de promover a alienação cultural, nos infectando com essa doença social. Sabem que através da identidade cultural pode ser alicerçada a consciência de um povo, exatamente o que não querem que aconteça.

A Paraíba tomou conhecimento recentemente que o Ministério do Turismo anunciou o interesse em privatizar um dos mais importantes monumentos de nossa história, a Fortaleza de Santa Catarina, no município de Cabedelo, ali instalando um empreendimento hoteleiro, tomando como referência o que Portugal vem fazendo no “Projeto Revive”. É importante demonstrar aos gestores públicos defensores dessa ideia, que aquele nosso patrimônio cultural não está abandonado. Ali se realizam permanentemente várias atividades que o colocam como importante Centro Cultural, garantindo sua revitalização e ocupação útil, graças a um esforço voluntário de pessoas que assumiram o compromisso de preservá-lo como patrimônio histórico-cultural, através de uma Fundação criada em 1991.

Então não há justificativa para a sua privatização. O que se faz necessário é despertar entes governamentais e não governamentais para fortalecer uma ação em defesa do monumento, oferecendo condições de sustentabilidade financeira e ampliação da sua capacidade de potencializar o movimento cultural de nosso Estado. É preciso, também, envolver a sociedade civil nessa luta.

Fui convidado por alguns desses valorosos agentes culturais que vêm mantendo em atividade a Fortaleza de Santa Catarina, para me integrar a um movimento que decidiu enfrentar essa ameaça de sua privatização. Respondi que abraço a causa com entusiasmo. Não podemos permitir que descaracterizem esse equipamento da nossa memória histórica. Formemos uma frente ampla, agregando o esforço e a inteligência de todos os que não concordam com essa proposta anunciada pelo governo federal. É urgente que busquemos reforçar essa mobilização. Vamos à luta.

Rui Leitão

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