Pode ser e até pressente-se exagero em se querer comparar o tom e cenário da disputa pelo Poder na Paraíba com o clima de terra arrasada comum na Capital do Iraque mas, cá para nós, tirando a morte em série e bombardeios mortais, a sucessão de 2006 vai estar bem pertinho de todos os terrorismos comuns à guerra.
É o que se pode presumir pelo que as principais partes da disputa dizem sem pedir reservas tomando por base a sucessão política do próximo ano.
Nesta segunda-feira, dia primeiro pós fim-de-semana de divulgação de denúncia contra o senador Ney Suassuna, o clima foi de monitoramento em todos os níveis para identificar os passos de cada uma das partes.
Da parte do Governo, que vê nesse episódio forma de reanimar a candidatura de Cícero ao Senado, o tempo tem sido de articulações em vários níveis para gerar clima de instabilidade em torno de Ney.
De outra forma, o tempo do senador, afora o que considerou tristeza pelo nível da peleja, foi de arrumar a casa, formatar argumentos jurídicos, monitorar os adversários e se preparar para as novas batalhas de forma destemida.
O perigoso em tudo foi ouvir das partes que a hora é do pescoço para baixo tudo é canela, istoé, o jogo vai gerar cenas de grosserias mútuas com resultados imprevisíveis.
Cássio, por telefone, não quis falar por intermédio de seu Secretário de Comunicação os dois em São Paulo sobre os fatos envolvendo Ney mas, não precisa ser expert para entender ser ele um dos principais interessados no desdobramento do caso, mesmo assim não falou.
De qualquer sorte, um contra-aviso repetido por amigos de Ney, sem consentimento público do chefe, expôs que se a guerra é nesse nível, a campanha verá o que nunca foi visto apontando para a perspectiva de praça de guerra. E tudo é uma questão de dias.
Neste processo, embora seja temática fora de tom falar de juízo e bom senso, se as lideranças não derem exemplo positivo ninguém se iluda se o jogo terminar na tapa ou na bala.
De sorte que a campanha de 2206 se prepara para ser uma das mais aguçadas dos últimos 30 anos.
