Para Amundsen Limeira
{arquivo}Até onde a vista alcança, as primeiras imagens que identificamos com o semblante de Dora Limeira era ainda século passado, idos anos 70, quando o Brasil experimentava a asfixia da Ditadura e os poucos espaços de contestação estavam em pessoas com sua irmã, jornalista e escritora Maria José Limeira, seu então cunhado maestro inovador Pedro Santos e toda uma gestão de jornalistas, atores e gente inquieta.

A rigor, por muito tempo, o estandarte cultural da família tinha em Maria José Limeira a porta-voz da produção literária, sobretudo, e da inquietação pelos espaços do Semanário O MOMENTO, do intrépido Jório de Lira Machado – pense num resistente de valor! – e no Correio da Paraiba ao lado de Adalberto Barreto e João Manoel de Carvalho.

Dora só veio a galvanizar a visibilidade e estrada própria dos anos 90 em diante cercada de filhas ativistas culturais, seguindo os passos da mãe, nas lutas em torno de avanços para João Pessoa.

O ex-prefeito Ricardo Coutinho, melhor dizendo o governador do Estado, deve muito das suas conquistas ao envolvimento amplo, geral e irrestrito de Dora Limeira e toda a “Limeirada”, a partir do Conjunto dos Bancários – este contemporâneo bairro das inquietudes gerais da República Federativa Tabajara.

Expor contos, versos, textos inquietantes se transformou em alimento de vida e alma da sempre valente cidadã tomada de arte e cultura por todos os seus poros.

Sua passagem à eternidade é o desfecho do caminho comum aos mortais,certamente tendo nela a figura singular de uma mulher, mãe, avó e o escambal de muita dignidade e referência para sempre.

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“O nome/ a obra imortaliza…"