Ninguém de bom senso ignora a beleza estética e a organização em si do espaço físico dedicado ao Maior São João do Mundo no famoso Parque do Povo, no centro de Campina Grande, mas a rebelião popular na noite do sábado, 10, querendo participar da festa foi o mais duro alerta grave sobre a exclusão popular.

Felizmente, apesar da grande reação impondo-se diante da segurança usando até spray para conter o público invasor, não estivemos diante de uma tragédia posto que por pouco isto não se consolidou.

O fato é que a área invadida abriga a estrutura VIP dos camarotes próximos do palco principal – ambiente que ao longo dos anos era de acesso popular indiscriminado, ou seja, inexistia o controle e impedimento do acesso popular.

Na prática, os organizadores sob domínio de privados mesmo bancados pela Prefeitura, estão diante de uma dor-de-cabeça preocupante porque o formato comprovadamente exclui muita gente da cidade de participar da festa, vide a reação do sábado.

É que, em nome do turismo, a grande festa, sobretudo nos 40 anos, foi adaptada para receber turistas sem a devida preocupação com o público consumidor da própria cidade gerando a revolta prevista.

Em síntese, faltando algumas semanas para o término da festa eis o abacaxi para os organizadores descascarem. Não vai ser fácil.

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” Eu fui feliz/ lá no Bodocongó/no meu barquinho de um remo só…”