Paraíba

[VÍDEO] Trabalhadores sem terra são agredidos enquanto aravam o solo em acampamento do MST na Paraíba

As agressões aconteceram por volta das 15h da tarde desta quarta-feira (24) no acampamento localizado nas terras da Usina Maravilha, na região do município de Caaporã.


25/01/2024

(Foto: Reprodução/Instagram MST-PB)

Portal WSCOM



Dois trabalhadores foram agredidos enquanto aravam o solo em acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região do Litoral Sul da Paraíba. As agressões aconteceram por volta das 15h da tarde desta quarta-feira (24) no acampamento localizado nas terras da Usina Maravilha, na região do município de Caaporã.

O trabalhador rural José Paulo da Silva estava adubando sua plantação de feijão quando foi surpreendido por 6 seguranças particulares da usina que chegaram com armas de fogo e cacetetes de madeira que mediam mais de 1 (um) metro, alegando que ele não poderia ali plantar e que deveria parar naquele momento.

De acordo com testemunhas que moram no acampamento, quando os seguranças se aproximaram e iniciaram a discursão foram logo partindo para cima de josé Paulo e o espancando com cacetetes de madeira.

Em seguida chegou Jailson Bernardino da Silva que no momento auxiliava o motorista do trator que arava uma área para plantio. Ele também foi espancado e socorrido para o hospital de Trauma de João Pessoa.

Na ocasião, foram chegando famílias que ali vivem e que filmavam a ação truculenta do grupo paramilitar. No entanto, um dos celulares foram tomados por um dos seguranças que apagou as imagens das agressões. Com a chegada da Polícia Militar, situação foi controlada.

Foi aberto um boletim de ocorrência na delegacia da cidade Alhandra e solicitada reunião com o INCRA e o comitê de conflitos agrários do estado para denunciar a ação truculenta e deliberada da usina desobedecendo a ação judicial.

Confira as imagens e o vídeo feito pelos ocupantes do acampamento:

Conflitos pela Terra

A área tem um histórico de conflitos que se iniciou em 2013 com ocupação da terra por cerca de 400 famílias organizadas pelo MST. Após um ano, em 2014 o juiz da vara de feitos especiais concede liminar de reintegração de posse favorável a usina. No entanto, a reintegração não aconteceu em face de negociações entre a usina, INCRA e o movimento.

Em 2023, ano passado, o mesmo juiz suspende a liminar de reintegração de posse, assegurando o direito das famílias plantarem naquela terra.

 



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.