Política

Para Breno Altman, burguesia tenta impor nome de Alckmin a Lula

Jornalista entende que nome do tucano seria uma tentativa burguesa de garantir níveis de confiança nas pautas econômicas de um futuro governo Lula


20/11/2021

Brazil's presidential candidates Luiz Inacio Lula da Silva (L) of the Workers' Party (PT), and Geraldo Alckmin of the Social Democratic Party (PSDB), shake hands before the start of a TV presidential debate in Sao Paulo, Brazil, 23 October 2006, in view of the October 29th runoff. AFP PHOTO/Mauricio LIMA (Photo by MAURICIO LIMA / AFP)

Brasil 247



O jornalista, Breno Altman, avaliou a possibilidade da formação de uma chapa nas eleições de 2022 composta pelo ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) como seu vice. Para ele o nome do tucano como vice passa aparecer como uma opção de composição junto ao petista como “uma nova carta ao povo brasileiro” e que esta seria uma tentativa de imposição da burguesia à Lula.

Em 2002, ano em que Lula foi eleito presidente do Brasil, ele escreveu a “Carta ao Povo Brasileiro”, na qual afirmava: “o Brasil quer mudar. Mudar para crescer, incluir, pacificar. Mudar para conquistar o desenvolvimento econômico que hoje não temos e a justiça social que tanto almejamos. Há em nosso país uma poderosa vontade popular de encerrar o atual ciclo econômico e político”. À época, o manifesto foi visto como um aceno à elite econômica do país.

Para Altman, Alckmin representa para a burguesia a garantia de que um eventual terceiro governo Lula não romperá com o neoliberalismo e que não abandonará o empresariado. “Setores da burguesia, desesperados pela dificuldade em construir uma ‘terceira via’, querem impor ao Lula uma ‘nova carta ao povo brasileiro’, só que dessa vez a carta não tem texto, a carta tem nome, chama-se Geraldo Alckmin. Alckmin vice de Lula, aos olhos desses setores da burguesia, significa dizer que o programa econômico-social do Lula tem uma trava. Vai até onde as posições representadas pelo Geraldo Alckmin permitirem. Não seria um programa contra o neoliberalismo, seria um programa de mudanças dentro do neoliberalismo, mas não um programa de ruptura. Seria um fator de contenção a candidatura do Geraldo Alckmin, uma candidatura que moderaria o Lula, isolaria os setores mais da esquerda e faria predominar em um eventual governo Lula uma posição centrista, de pacto com setores da burguesia”.

O jornalista, no entanto, pontua: ‘a eventual chapa Lula-Alckmin é uma ideia que não tem corroboração dos personagens principais envolvidos, Alckmin e Lula’.



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