A cultura da aparência se afirma cada vez mais forte na sociedade contemporânea. A tendência de que as pessoas são seduzidas pela primeira imagem visualizada, concorre para que nos dediquemos, ás vezes até de forma exagerada, a cuidar da estética física prioritariamente. O consumismo, a moda, a ditadura do comportamento moderno, nos levam à preocupação de atender aos padrões de beleza e costumes definidos pela sociedade. Mente quem não admitir que procura perceber e ser percebido como modelo de beleza corporal e de conduta social.
Sabemos que o ser humano julga seus semelhantes pelas aparências. O que se revela um perigo muito grande de cometer equívocos, porque a estética pode estar escondendo a essência. Os valores morais, o caráter, são atributos que produzem o encanto interior, nem sempre observado no primeiro instante de relacionamento. As verdadeiras qualidades estão apagadas por uma máscara enganadora.
A necessidade de atendermos às vaidades consolida a cultura da aparência. Somos influenciados por uma carga de propaganda que nos induz a valorizar muito mais o aspecto estético do que as qualidades da alma, da personalidade. O “eu interior” desprezado pela exposição do “eu visível”.
O supérfluo, a artificialidade, a ausência de naturalidade, promove o culto à aparência. Prevalece a compreensão de que a atratividade está ligada à beleza física. Esse entendimento causa a falsa dedução de que a aparência mostra o real. Ledo engano, a aparência pode estar escondendo o que existe de feio no interior da pessoa por quem se encantou.
Sejamos, então, menos influenciados por essa inclinação a julgarmos os outros pela primeira aparência. Assim, não só seremos mais justos, como nos livraremos de preconceitos inaceitáveis numa convivência social saudável.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.
