Lourdinha Pessoalmente de Sempre Milanez

Aos Filhos Maria Arminda, Fernando Milanez e Izabela

Festas na vastidão do litoral Atlântico do Brasil não faltaram neste domingo de Momo 2006. Reproduziram, obivamente, na fantasia do tempo, a busca do encanto e da pretensa felicidade em torno de quem se quer ou ama. Uma das singelas celebrações teve caráter brasileiro, paraibano e especial de nome de Lourdinha Pessoa Milanez.

Há no ditado quem lembre: ou 8 ou 80 – sabedoria popular que pouco importa se se aplica à tez histórica da guerreira senhora do destino que a faz atemporal, hora menina, hora mulher indomada no acúmulo do tempo que Deus lhe deu.

Num dos pontos geográficos deste mar azul, além poço de mágoa, além Camboinha de luz e chuvas – Dona Lourdinha transformou-se neste domingo em estandarte incomum da vida misturando acácias, também o verde terra da aldeia tabajara com a cor rósea da escola de samba Mangueira – transformadora da música em amor cúmplice de todas as classes na terra do xaxado.

Familiares (todos possíveis) sentaram à sombra verde-rosa – no juízo de cor laranja, da praia do Poço de areia prateada para celebrar a simbologia de Lourdinha, como se tudo precisasse recomeçar de agora, mesmo sem Fernando I – a silhueta cromossômica que já se foi e nunca se vai – para provar a si e ao mundo que viver vale à pena.

Se reparar direito eram 8 irmãos, agora 6 – de luz tanta de Nevinha, mas no domingo de sol e gente fortes, belas, Lourdinha “estandarlizou” a vida com passos seguros, sob vários gêneros de gosto musical, já sem os boleros à lá JK, como pouco importasse agora lembrar os salões incomuns da Guanabara, depois Brasília, Palácios tantos de saudosa memória.

De Alcione à Genival Lacerda – presente à festa feito menino ao lado do sanfoneiro revelação de nome Moisés Acordeon (filho de Pinto) – sem esquecer os grandes hits da boa música brasileira, com ou sem vinculo carnaval, ficou claro que a aura musical da festa mostrou que tem razão o filho Fernando, quando exclamou no canto apaixonado – “se todos fossem no mundo iguais a você” – ode da eterna Bossa Nova.

Quando se está assim, muito parece detentora do túnel do tempo ou mesmo um caleidoscópio furtacor com teoremas e enigmas sem se preocupar com definições.

É como se, no filme, amigos do peito longe do pulsar estejam; gente insubstituível transformadas em saudades, lutas políticas de valores imortais confundidas nas decepções da vida; na bala doce fazendo rir criança no contra-ponto da outra que mata gente, revoluciona e faz história marcando para sempre.

Dor e amor são duas balsas a transportar figura iluminada assim – além mar, além do tempo físico de Isacc Newton. Coisas de Deus, como se assevera nos agregados ilustres olímpios como Hugos ou sigelamente indispensáveis como Sérgios.

João Pessoa pode até não saber tanto, mas a vida de Dona Lourdinha é ainda um condão levando a família, dividida, a manter-se no pedestal possível de uma glória própria construída como poucos – por ela disposta a tudo, inclusive beijar quem só assim merece.

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