Em seu primeiro discurso natalino como romano pontífice, Leão XIV defendeu que a humanidade se espelhe na luta de Cristo e busque uma paz desarmada. O Papa já havia divulgado outros pedidos de paz nos últimos dias.
Para o Dia Mundial da Paz, que é celebrado no dia 1° de janeiro, o Papa Leão XIV defendeu o desarmamento e aconselhou cristãos e, principalmente, autoridades políticas, a se espelharem em Jesus Cristo, que travou uma luta “desarmada”.
Ele criticou também a corrida armamentista dos países, com crescente despesas militares, associada a discursos “difundindo a percepção de que se vive sob ameaça e que a segurança deve ser armada”.
O pontífice também condenou o uso bélico da inteligência artificial (IA), que “radicalizou a tragédia nos conflitos armados”. Em Gaza, por exemplo, de forma pioneira, Israel usou drones guiados por IA como ferramentas de intimidação, vigilância e ataques.
“Está-se a delinear até mesmo um processo de desresponsabilização dos líderes políticos e militares, devido ao crescente ‘delegar’ às máquinas as decisões relativas à vida e à morte das pessoas”, alertou, na mensagem.
“É uma espiral de destruição sem precedentes, que compromete o humanismo jurídico e filosófico do qual qualquer civilização depende e pelo qual é protegida”, criticou Leão XIV, sobre uso de tecnologias no âmbito militar.
Há sete meses no cargo, o papa busca, com a mensagem, incentivar que as nações se apoiem, com diálogo e confiança mútua, e que as pessoas cultivem, além da oração, o diálogo com outras tradições e culturas.
“Em todo o mundo, é desejável que cada comunidade se torne uma ‘casa de paz’, onde se aprende a neutralizar a hostilidades através do diálogo, se pratica a justiça e se conserva o perdão”, reforçou.
“Hoje, mais do que nunca, é preciso mostrar que a paz não é uma utopia, através de uma criatividade pastoral atenta e generativa”.
