O advogado e multimidia Petronio Souto disse a propósito da morte de Otinaldo Lourenço que ” numa época em que João Pessoa tinha apenas uma emissora de ondas médias e a Tabajara reinava absoluta, ele pegou uma rádio incipiente, amadora, de potência e abrangência quase nulas, com transmissor caseiro, e transformou a Arapuan na mídia mais poderosa e influente do estado.
Estou falando do jornalista, radialista e advogado Otinaldo Lourenço, o homem que provocou uma verdadeira revolução na radiofonia paraibana, entre boa parte dos anos 50 e meados dos anos 70″.
– A audiência só tinha ouvidos para a Tabajara e seus programas de auditório e radionovelas. Convencido de que jamais poderia concorrer com a emissora oficial, Otinaldo imaginou um rádio moderno, inspirado na BBC de Londres e na Rádio Jornal do Brasil, regido não mais pelo rádio-espetáculo, pelo entretenimento, mas pela notícia, disse.
Segundo ele, formou equipe jovem, entusiasmada e competente, remodelou totalmente a grade de programação, elaborou o Manual de Redação, criou o DUP – Departamento de Utilidade Pública e a Central de Notícias Dúlcidio Moreira, colocando na embalagem o slogan — “Se a Arapuan não deu, o público não sabe o que aconteceu”.
– Assim, programas como Mesa de Redação, Antena Política, Dramas e Comédias da Cidade e o Plantão Arapuan, só para citar alguns exemplos de grande sucesso, passaram a ser um hábito quase religioso para a audiência, a ponto de fazer eco em todos os cantos da Capital e de uma área que hoje é chamada de região metropolitana de João Pessoa, frisou.
Para ele, “a sua vida, ou a parte mais ativa de sua existência, se confunde com a história do rádio na capital paraibana”.