Internacional

Empresário diz que grupo de Milei cobrou propina de US$ 5 milhões para promover o golpe das criptomoedas

Jornalista argentino revela denúncia de especialista em finanças descentralizadas sobre suposto esquema de corrupção ligado à criptomoeda Libra.


18/02/2025

Julian Peh, da empresa de criptomoedas, e Javier Milei (Foto: Reprodução)

Brasil 247



O jornalista e economista argentino Alejandro Bercovich revelou, em seu programa La ley de la selva, transmitido pela emissora C5N, que uma pessoa próxima ao presidente Javier Milei teria recebido um pagamento de US$ 5 milhões para que o chefe de Estado promovesse a criptomoeda $Libra. A acusação tem como base informações do empresário Diógenes Casares, especialista em finanças descentralizadas e filho do empresário Wenceslao Casares, que afirma ter tido acesso a detalhes do esquema.

“Um importante empresário do setor, pioneiro, está assegurando que alguém do entorno de Milei cobrou 5 milhões de dólares para que o presidente fizesse essa promoção”, afirmou Bercovich durante seu editorial. A denúncia surge em meio a um crescente escândalo financeiro que teria prejudicado milhares de investidores, enquanto a criptomoeda perdeu valor rapidamente após a divulgação oficial.

Bastidores da fraude e o suposto pagamento milionário

Diógenes Casares relatou que, antes de Milei promover publicamente a criptomoeda, já circulavam informações sobre o lançamento de um token vinculado ao presidente argentino. “Mais de uma semana antes, comecei a receber mensagens de amigos sobre um rumor de que estava sendo criada uma moeda meme centrada em Milei. No início, consultei algumas pessoas associadas ao governo, que me garantiram que não havia nada disso acontecendo. Tranquilo, disse a meus amigos que a história não era real”, contou Casares.

No entanto, conforme aprofundou suas investigações, Casares descobriu que integrantes do governo confirmaram a proposta de lançamento de um token chamado $Afuera, que supostamente teria sido idealizado para arrecadar fundos destinados a financiar “a batalha cultural” de Milei. O projeto, porém, não teria ido adiante.

A grande reviravolta veio quando Casares soube que alguém do círculo próximo do presidente teria recebido um suborno de US$ 5 milhões para impulsionar a promoção da criptomoeda $Libra. “Me disseram que alguém próximo a Milei recebeu um suborno milionário para colocar o token diante do presidente. Para ser claro, isso não significa que Milei recebeu dinheiro diretamente, mas sim que alguém muito próximo a ele teria aceitado esse pagamento para garantir que o presidente promovesse a criptomoeda. A importância dessa pessoa e a confiabilidade da fonte (embora eu não possa verificar tudo completamente) me preocupou muito e me fez pressionar mais”, explicou Casares.

Milei tenta minimizar o caso, mas denúncias se multiplicam

A denúncia surge poucos dias depois de Milei tentar minimizar o escândalo, afirmando que menos de 5 mil pessoas teriam sido prejudicadas pela fraude envolvendo a $Libra. O jornalista Alejandro Bercovich, no entanto, contestou essa versão, classificando o episódio como “um escândalo que sacode a Argentina e parte do mundo”.

“O dia dos namorados foi marcado por um presidente promovendo um golpe com criptomoedas, que gerou US$ 110 milhões em ganhos para alguém do entorno de Milei”, denunciou Bercovich, ressaltando a gravidade da situação.

O escândalo amplia a crise de confiança no governo de Milei, que já enfrenta dificuldades políticas e econômicas. O envolvimento direto ou indireto do presidente argentino com um golpe financeiro que afetou milhares de investidores pode aprofundar a instabilidade de sua gestão, enquanto novas investigações e denúncias continuam surgindo.



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