Após a Confederação Nacional da Indústria se posicionar contra a retirada do aumento da tributação sobre apostas esportivas do texto da Medida Provisória 1303/2025, a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba e a Associação Nordeste Forte também se pronunciaram nesta quarta-feira (8) criticando a proposta e a classificando como um “desrespeito à indústria brasileira”.
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A nota assinada pelo presidente da FIEPB e da Associação Nordeste Forte, Cassiano Pereira, afirma que o setor foi pego de surpresa com a decisão, que teria gerado revolta. Segundo o documento, o setor produtivo nacional é constantemente atingido por incrementos da carga tributária que comprometem sua competitividade nos planos local e internacional. “Essa conta, que impacta direta e negativamente o custo dos produtos, quem paga é o consumidor”, afirma o texto.
A proposta do Ministério da Fazenda não conta com a ampliação de 12% para 18% da alíquota sobre a receita bruta das casas de apostas, mas mantém o aumento de imposto de renda retido na fonte de 15% para 20% em juros sobre capital próprio, pago por empresas aos seus acionistas.
Leia nota na íntegra:
Referendando o posicionamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Nordeste Forte, que representa na instituição as federações industriais dos nove estados da região, vem a público repudiar a retirada do aumento da tributação sobre apostas esportivas (bets) do texto da Medida Provisória 1303/2025, que apresenta alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Para surpresa do setor produtivo brasileiro, a última versão da medida provisória não conta com o trecho que previa ampliar de 12% para 18% a alíquota sobre a receita bruta das apostas, ou seja, o valor total menos o valor distribuído em prêmios a apostadores. Por outro lado, a versão atualizada da MP manteve o aumento de imposto de renda retido na fonte (IRRF) de 15% para 20% em juros sobre capital próprio (JCP), pago por empresas aos acionistas.
Essa decisão, além de causar surpresa e revolta, representa um desrespeito não só à indústria brasileira, como também a todo o setor produtivo, que é atingido por incrementos constantes da carga tributária, comprometendo significativamente a sua competitividade nos mercados nacional e internacional. E essa conta, que impacta direta e negativamente o custo dos produtos, quem paga é o consumidor.
Além disso, também é oportuno renovar a nossa preocupação com os impactos que as ‘bets’ tem provocado no orçamento das famílias nordestinas. Conforme pesquisa realizada pelo Ipespe, a nossa região é uma das mais afetadas pelas apostas esportivas online, com 51% dos nordestinos considerando que elas impactaram negativamente suas finanças pessoais ou familiares.
Por essa razão, é fundamental que tenhamos um olhar mais criterioso, e menos leniente, com essa questão das apostas esportivas online. Precisamos considerar não apenas os seus impactos psicossociais, como também a necessidade de uma política tributária mais justa, que utilize como critério prioritário a relevância social de cada setor ou atividade econômica.
Dessa forma, ao cumprir agenda em Brasília, estive nos gabinetes do senador Efraim Filho e do deputado Romero Rodrigues, reforçando junto à bancada paraibana esse posicionamento, que também já foi realizado pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, aos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Esse é um tema sensível e urgente, que merece a atenção e o empenho de todos nós, para que o Congresso Nacional reconsidere o conteúdo da Medida Provisória, minimizando os impactos ao setor produtivo e a sociedade brasileira como um todo.
Cassiano Pereira