Os três Conselhos Superiores da Universidade Federal da Paraíba (Consuni, Consepe e Conselho Curador) irão decidir na próxima segunda-feira (29), sobre a destituição do reitor e da vice reitora.  A reunião discutirá o dossiê da intervenção na UFPB, que reúne fatos antidemocráticos, irregularidades e ilegalidades da gestão de Valdiney Veloso e Liana Albuquerque.

O documento foi elaborado pelo Comitê pela Autonomia e contra Intervenção na UFPB, um movimento composto por representantes das três categorias da comunidade universitária: estudantes, técnico-administrativos e docentes.

Esse caso é inédito na história da UFPB e quase sem precedentes no Brasil. Houve um caso semelhante na UFRGS, porém, não avançou devido à gestão durante a gestão Bolsonaro. Esta será a primeira vez que um processo desse tipo ocorre sob o governo Lula, o que poderá estabelecer um precedente significativo para todas as universidades que possuam reitores nomeados em oposição à escolha da comunidade acadêmica.

A reunião próxima segunda será o segundo encontro do “Conselhão” – como é apelidado o conjunto dos três conselhos superiores reunidos – para tratar do assunto. A primeira reunião, realizada em 16 de maio, foi marcada por manobras, uma vez que a vice-reitora conduziu os trabalhos, o que é considerado ilegal por constituir uma atuação em causa própria.

Durante toda a reunião, o foco se concentrou na discussão do impedimento de Liana Albuquerque, com os conselheiros indicando a necessidade de votar pela sua substituição na presidência, enquanto ela, como presidente, impediu essa votação. No final, após a saída da vice-reitora da reunião, os conselheiros se reuniram e marcaram uma nova data para o Conselhão: 29 de maio. A comunidade universitária espera que esse processo culmine em um retorno à democracia na UFPB.