Política
A urgência de Joao Azevêdo definir partido é pressão da base, mas histórico exige legenda de centro-esquerda
25/01/2020
Se reparar direito, o governador Joao Azevêdo em tese não precisaria correr para definir urgentemente seu novo partido pois não disputará nenhum cargo este ano, mas como herdou a maior banda do PSB e aliados depois do rompimento com Ricardo Coutinho, há uma pressão imensa da base, esta inteiramente atolada na eleição de outubro próximo.
Queiramos ou não esta é a realidade que se impõe na atualidade exigindo do governador uma solução imediata para abrigar toda essa gente aliada.
Se vingar, como deve acontecer, a lógica sensata em face de todo histórico e problema do PSB indica que Joao Azevêdo não tem outra escolha senão consolidar seu novo abrigo num partido de centro-esquerda.
O primeiro sinal nesta direção ele deu ao não aceitar ir para o PODEMOS – partido de Centro direita liderado pelo senador Álvaro Dias, que aliás andou reclamando pela recusa sensata.
O mesmo dir-se-ia do CIDADANIA, comandado pelo ex-deputado federal Roberto Freire, que voou do PCB e PPS para os braços direitantes do PSDB paulistano de transformando em agente anti-Lula.
AS OPÇÕES
O partido REDE, de Marina Silva, poderia ser um achado partidário ótimo, mas a cláusula de barreira deixou a legenda fraca e sem dinheiro para futuras campanhas.
Tem o PDT como alternativa a sofrer pressão do nacional, mas a cultura patrimonialista resiste contra a abertura partidária e reforço conjuntural e este é um nó górdio a merecer desenlace.
O fato é que o futuro partidário de João Azevedo tem manequim de centro-esquerda, isto para abrigar o saldo e tudo o que restou de bom do projeto socialista.
A ESSÊNCIA DE TUDO
Os dramas em torno da Calvário insistem em causar impacto pelos efeitos éticos, mas sem afetar diretamente o governador, que soube em hora certa adotar antídotos.
Esta questão, contudo, não interfere na escolha de um projeto partidário e político no mesmo diapasão do que existira de bom na fase de RC com políticas de inclusão em todos os níveis para se contrapor aos retrocessos em curso na era Bolsonaro.
Do ponto-de-vista social, a diferença em favor das teses e políticas progressistas é imensa para atender à maioria, e não só aos ricos e a parte intolerante da sociedade.
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