Walter Salles, diretor do longa-metragem “Ainda Estou Aqui”, concedeu uma entrevista à CNN dos Estados Unidos juntamente com Fernanda Torres, na última sexta-feira (17). Durante sua participação no programa, o cineasta creditou a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como responsável pela “volta da democracia” e, segundo ele, foi por isso que as gravações aconteceram em 2023.
O diretor declarou que, ao todo, o processo de produção do filme demorou 7 anos para ser concluído. As gravações só foram iniciadas após a posse do presidente Lula, pois, de acordo com Salles, o filme é um produto do retorno da democracia.
“Também demorou sete anos porque, durante quatro anos, o país se virou para a extrema direita, e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período. Portanto, o filme é produto do retorno da democracia ao Brasil. O retorno do presidente Lula à Presidência e o retorno da democracia que permitiram que o filme existisse”, afirmou.
Seguindo o rumo político da discussão, Salles também citou a tentativa de golpe de estado pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 aliados foram indiciados.
“Filmamos em 2023 sem ter a menor ideia de que havia acontecido uma tentativa de golpe de Estado”, disse Salles. Fernanda Torres o interrompeu, acrescentando: “Um golpe militar”.
“As notícias reveladas pela Polícia Federal mostraram que aquele golpe de estado, que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Alckmin, quase se tornou a realidade do país. Quase deu certo. Isso foi agora. Então, no meio do lançamento do filme, percebemos, mais do que nunca, que era um filme sobre hoje, sobre o que está acontecendo no país nesse exato momento”, concluiu o cineasta.
Além das outras indicações e prêmios já conquistados, “Ainda Estou Aqui” foi indicado ao Oscar em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz (Fernanda Torres).
