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Vamos reforçar: O Poder lembra segunda-feira os 200 anos do sacrifício de Frei Caneca


12/01/2025

Murillo de La Greca Execução de Frei Caneca (detalhe) Coleção Murilo de La Greca, Recife



Nesta segunda-feira, dia 13 de Janeiro, o Nordeste, especificamente Pernambuco, celebram os 200 anos da morte do mais importante mártir da liberdade no Brasil.

A Confederação do Equador, da qual Caneca foi o principal símbolo, passou seu bicentenário praticamente em brancas nuvens. Alguns eventos isolados, na maioria decorrentes do esforço individual ou de instituições com recursos materiais limitados ou alcance limitados. Válida, cada iniciativa. Lamentável o limitado resultado.

Se o poder público tivesse cumprido o seu papel, o movimento e Caneca teriam a dimensão merecida. A rigor, não se trata do Nordeste ou de Pernambuco. Trata-se dos valores maiores do sacrifício pessoal em nome da liberdade. O Brasil em peso deve, pelo menos, um minuto de silêncio à memória do frade.

Como foi

Com a palavra o historiador Carlos Bezerra Cavalcanti, que terá entrevista emocionante sobre o calvário do frade publicada na segunda feira:

“No ocaso da Confederação do Equador, bloqueado o Porto do Recife, as tropas Imperiais marcharam sobre a cidade, caía o Império da Democracia e reerguia-se o da Tirania. Estavam perdidos os Patriotas e a causa da liberdade. Os dias de Frei Caneca estavam contados, a sua sentença já estava lavrada; procurou, pois, com outros companheiros, a salvação na fuga e, partindo para o interior da Província, atravessou a Paraíba chegando ao Ceará. As tropas Imperiais partiram em perseguição dos revolucionários; alcançando-os; firmam a capitulação e Frei Caneca e seus companheiros caem em poder dos algozes.”.

Julgamento sumário

Trazido para o Recife, o religioso é lançado, incomunicável, em cela infecta, no dia 17 de dezembro, para ser julgado sumariamente. Em vão se defendeu, por escrito, a 26 desse mês, sua condenação era irremediável e foi-lhe lida em 10 de janeiro de 1825, que surpreendeu o clero do País:

Morte natural para sempre, no lugar da forca e, imperturbável como a ouvira ler, voltou para prisão que deveria servir-lhe de oratório, durante os três dias da lei.
Esses três dias ele os ocupou em, vejam bem, animar os amigos que o visitaram, esses sim, inconsoláveis, aconselhando-os em velar pela liberdade da Pátria e em cartas de salutares conselhos às filhas do seu amor terreno.

Poesias

São desse curto período os versos conhecidos por hymna de Frei Caneca, dos quais presentearei os leitores com, apenas, três estrofes:

“Entre Marília e a Pátria
Coloquei meu coração
A Pátria roubou-me o todo;
Marília que chore em vão

Medonha cala…
Da morte fera e cruel
Do rosto só muda a cor
Da Pátria o filho infiel

Tem fim a vida daquele
Que a Pátria não soube amar
A vida do patriota
Não pode o tempo acabar”.

Aguardemos a segunda feira.



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