Saúde

Taxa de transmissão do coronavírus no Brasil é a maior desde maio


24/11/2020

Aglomeração registrada em João Pessoa no largo de Tambaú. (Foto: Reprodução)

Portal WSCOM com 247

A taxa de transmissão (Rt) do coronavírus (Sars-CoV-2) para esta semana no Brasil é a maior desde maio. De acordo com monitoramento do Imperial College de Londres, instituição do Reino Unido, o índice responsável por medir a taxa de transmissão (Rt) do coronavírus ficou em 1,30 no Brasil. O período é referente à semana que começou na segunda-feira (23). Os números  indicaram que cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 130 em território brasileiro. Na margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,45) ou menor (Rt de 0,86), cenários em que 100 pessoas com o vírus infectariam outras 145 ou 86, respectivamente.

O Brasil havia atingido um alto índice na semana de 24 de maio (1,31). A taxa ficou abaixo de 1 por cinco semanas seguidas, entre o final de setembro e o final de outubro, mas voltou a ficar acima de 1 no começo de novembro. Atualmente, o País ocupa o segundo lugar no ranking global de mortes por coronavírus (169 mil), atrás dos Estados Unidos (263 mil). O governo brasileiro também contabiliza 6,0 milhões de casos – em primeiro lugar estão os EUA (12,7 milhões) e em segundo a Índia (9,1 milhões).

Na segunda-feira (23), pesquisadores brasileiros divulgaram uma nota técnica na qual afirmando que o País vive o “início de uma 2ª onda”. Foram apontados três fatores para o “aumento explosivo” ou “manutenção da grande circulação do vírus”: falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”, falta de uma “política central coordenada, clara e eficaz de enfrentamento da situação”, e  “afrouxamento das medidas de isolamento sem evidências empíricas, sem uma análise cuidadosa por uma painel de especialistas”.

Apesar das estatísticas preocupante, Jair Bolsonaro tem subestimado a pandemia. Neste mês ele afirmou que o Brasil precisa deixar “de ser um país de maricas”. Em junho resolveu dizer que “talvez tenha havido um pouco de exagero” na maneira como a Covid-19 foi tratada. Chegou a classificá-la como uma “gripezinha”, em março, e perguntou “e daí?” ao ser questionado sobre os cinco mil mortos pela doença, em abril.



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