Economia

À beira de entrar em vigor, tarifaço dos EUA pode gerar prejuízo de R$ 101 milhões à Paraíba por 21,6% das exportações


29/07/2025

Portal WSCOM

A partir de 1º de agosto, o aumento das tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos pode causar prejuízos significativos à economia brasileira e, na Paraíba, o impacto pode ultrapassar os R$ 101 milhões. A estimativa foi divulgada em levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

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Segundo o estudo, os EUA foram o segundo principal destino das exportações paraibanas em 2024, com um volume total de US$ 35,6 milhões, o equivalente a 21,6% das exportações do estado. A indústria de transformação teve papel praticamente exclusivo nesse comércio, sendo responsável por 96,9% das vendas externas para o mercado norte-americano.

Os produtos do setor alimentício lideram a pauta exportadora da Paraíba com destino aos EUA, somando US$ 30,5 milhões (85,5% do total), seguidos pelos itens do setor de couro e calçados, com US$ 3,6 milhões (10,2%).

A CNI destaca que o tarifaço americano, considerado “expressivo e injustificável”, pode comprometer a competitividade da indústria brasileira, atingindo diretamente estados com forte dependência do mercado dos EUA. No ranking de estados mais expostos, o Ceará aparece com 44,9% das exportações destinadas ao mercado norte-americano, seguido pelo Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%), São Paulo (19,0%) e Sergipe (17,1%).

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, os efeitos das tarifas são motivo de alerta: “A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras.”

Ao todo, a entidade estima que o impacto negativo da nova política tarifária dos EUA poderá ultrapassar R$ 19 bilhões em perdas para o Brasil, afetando de maneira desigual as unidades da federação e, sobretudo, estados com maior presença industrial nas exportações.



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