Com o objetivo de debater temas de interesse da população nordestina, tal como o novo pacto federativo, a competitividade da região e novas políticas de desenvolvimento, acontece em João Pessoa nesta sexta-feira (11) o II Fórum Nordeste 2030 – Visão Estratégica de Longo Prazo. Durante o evento foi assinado o termo de cooperação entre a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a Sudene para a viabilização do Trem Costa do Sol.

Para o superintendente da Sudene, Luiz Gonzaga Paes Landim, no momento é necessário repensar o desenvolvimento regional do Nordeste e isso faz parte do desafio de tornar o Brasil um país menos desigual . “Crescemos mais que a média nacional, mas do ponto de vista relativo estamos no mesmo lugar. É difícil manter dinheiro no Nordeste”, pondera Landim. Ele acrescenta que diminuir as desigualdades regionais deve ser um objetivo nacional permanente.

Landim explica que 28% da renda nacional deveriam ser investidos na região, já que esse é o percentual da população brasileira que vive nela, o que é previsto pela constituição. Atualmente, o Nordeste recebe apenas 11% do orçamento. Ele também lembrou que um passo importante no caminho do desenvolvimento da região é a Transnordestina. “A interligação do Nordeste é fundamental e o Trem Costa do Sol é importante para garantir a integração física e a consolidação do turismo em João Pessoa”, defendeu, lembrando que o turismo com deslocamento por via férrea é uma realidade bem-sucedida em várias partes do mundo.

A questão regional, segundo sua visão, continua a ser tratada de maneira preconceituosa e distorcida em diversos círculos. Ele demonstrou sua preocupação com o a lei que decreta a extinção a partir de 2024 dos incentivos fiscais da Sudene. Landim chamou a Lei 12.859 de “preconceito antinordestino”. Para ele, é preciso conferir mais competitividade a economia da região focando na integração de transporte, energia e comunicação.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho também esteve presente no evento e destacou que o crescimento do Nordeste é uma questão que precisa ser de interesse de todo o país. “Não podemos pensar no Brasil em 2030 sem pensar no Nordeste”. Ele defende, no entanto, que esse crescimento deveria ser melhor distribuído para evitar que se criem nichos de desenvolvimento dentro da própria região, como já vem ocorrendo, e criticou a guerra fiscal. “O Brasil caminha como se todo o Brasil fosse igual, mas nenhuma região consegue se desenvolver se não tratamos os desiguais de maneira diferente”.

Para Coutinho, a Paraíba esta prestes a passar por um bom ciclo de desenvolvimento turístico e que pode tornar-se tão competitiva quanto o caribe é nos dias de hoje, basta que haja investimento, sobretudo nas questões que envolvem logística.