Mas os poucos minutos em campo, 613 desde que foi contratado, e algumas decisões tomadas em acordo com a diretoria na época de sua contratação vêm incomodando internamente, mas não são o foco principal de problema do time, que tem uma vitória, quatro empates e quatro derrotas nos últimos nove jogos.

Dificuldades no relacionamento de Marcelo nos bastidores foram abordadas nesta sexta-feira no canal “Raiz Tricolor” no YouTube.

Fisioterapeuta pessoal

Mesmo com o Fluminense sendo uma das referências no futebol brasileiro quando o assunto é fisioterapia, Marcelo desde que chegou ao clube não se trata com profissionais do time. O lateral desembarcou no Rio de Janeiro com um staff próprio.

Entre os funcionários, um dos pedidos do jogador, aceito pela diretoria, foi trabalhar com um fisioterapeuta que o acompanha desde a Europa.

Internamente, a escolha por levar um novo profissional ao clube causou desconforto em alguns setores. Marcelo acredita que o melhor é tratar com o profissional que já o acompanhava na Europa, enquanto, por outro lado, alguns jogadores enxergam a escolha como uma “regalia desnecessária”.

Em abril, o Fluminense teve uma saída no setor de fisioterapia. Felipe Petrone, filho do chefe do departamento, Nilton Petrone, o Filé, saiu do clube após receber proposta financeira superior.

O ge conversou com pessoas que fazem parte do dia a dia do clube em diversos setores para entender como é o comportamento do lateral no clube. Pela apuração, Marcelo não tem problemas com funcionários, atletas ou comissão técnica. Mas é visto como um jogador que prefere ficar na dele, sem interagir tanto principalmente nos eventos realizados pelo elenco fora do clube. Diferentes pessoas utilizaram o termo “popstar” para se referir ao atleta.

Apesar de Marcelo optar por não ser participativo no dia a dia do elenco, os jogadores continuam unidos. Na última quinta-feira, por exemplo, boa parte dos atletas se reuniu em uma comemoração “atrasada” com familiares pelo Dia dos Namorados. O lateral não compareceu.

Marcelo só entrou em campo em 29% dos minutos disputados pelo Fluminense desde que foi contratado. São 613 minutos, enquanto o time disputou 2.129 minutos de lá para cá. Os números são do Espião Estatístico, do ge.

Em alguns setores do clube, existe um entendimento de que o jogador foi contratado para disputar as partidas mais importantes. Não para estar em campo em todos os jogos, mas para ser bem mais participativo do que atualmente.

Porém, a comissão técnica optou por utilizar o jogador em partidas consecutivas. O lateral se machucou pela última vez durante o Fla-Flu de ida da Copa do Brasil, quando estava disputando seu quinto jogo consecutivo em duas semanas. Antes, havia se machucado uma vez quando atuou em quatro de cinco partidas seguidas.

Marcelo chegou a ser relacionado e viajou para o jogo da última quarta-feira, no empate por 1 a 1 com o Atlético-MG, em Volta Redonda. Mas foi cortado horas antes por apresentar gastroenterite viral, de acordo com o comunicado divulgado pelo Fluminense.

Por conta da incerteza de poder contar com Marcelo em sequência, o Fluminense foi ao mercado e contratou o lateral-esquerdo Diogo Barbosa para reforçar o setor.

A contratação foi uma forma para que o time não fique refém somente das improvisações. Alexsander, que também atuava no setor improvisado, está lesionado e deve ficar fora por pelo menos três meses. Jorge também se recupera de cirurgia no joelho e segue fora.

Durante a apuração sobre Marcelo, pessoas consultadas pela reportagem disseram não ver qualquer relação entre o comportamento do camisa 12 e a má fase da equipe em campo. Eles lembram que os inúmeros desfalques fizeram com que o time ficasse mais vulnerável.

Apesar dos resultados, o clima do elenco é considerado de união. Além disso, a comissão técnica também continua com apoio da diretoria e dos jogadores, que entendem e aprovam a metodologia de trabalho de Fernando Diniz.