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Saúde de Faustão: múltiplos transplantes e sepse colocam apresentador em estado crítico
Após infecção bacteriana grave, Faustão passou por transplante de fígado e retransplante de rim
10/08/2025

O apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão (Foto: Reprodução/Instagran)
Brasil 247
O apresentador Fausto Silva, de 75 anos, enfrenta um dos momentos mais delicados de sua vida. Internado desde 21 de maio no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, ele foi submetido nesta semana a duas cirurgias de grande porte: um transplante de fígado e um retransplante renal. Segundo informações do g1, o procedimento no rim já estava programado há um ano, mas coincidiu com o agravamento de seu quadro clínico após uma infecção bacteriana evoluir para sepse — condição grave caracterizada por uma resposta inflamatória generalizada que pode levar à falência de órgãos.
A situação é complexa devido ao histórico médico do apresentador. Faustão já havia recebido um coração em agosto de 2023 e um rim em fevereiro de 2024. Médicos explicam que múltiplos transplantes em um curto intervalo exigem não apenas compatibilidade entre os órgãos — como coração, fígado e rim trabalhando de forma integrada —, mas também uma adaptação intensa ao uso contínuo de imunossupressores. Esses medicamentos, essenciais para evitar rejeições, comprometem a defesa do organismo e aumentam o risco de infecções graves.
Segundo o cirurgião Rodrigo Surjan, membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e do American College of Surgeons, “a sepse é uma resposta inflamatória intensa do corpo a uma infecção grave” e pode provocar queda acentuada da pressão arterial, insuficiência renal, cardíaca e respiratória. Entre os sinais de alerta estão febre ou hipotermia, confusão mental, redução na produção de urina e aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração.
A cirurgiã Vanessa Prado, do Hospital Nove de Julho, destaca que a condição é ainda mais perigosa para pacientes transplantados: “O organismo não tem tempo hábil para se recuperar de um grande procedimento quando já enfrenta uma infecção grave”. Ela lembra que cada transplante provoca um desgaste metabólico extremo. “Não é apenas trocar um órgão; é reorganizar todo o funcionamento do corpo para que rim, coração, fígado e pulmão trabalhem de forma integrada”, afirma.
No caso do retransplante renal realizado agora em agosto, a cirurgia foi indicada porque o rim transplantado em 2024 perdeu a função, o que pode ocorrer por rejeição, trombose de vasos sanguíneos ou infecções. Já o transplante de fígado foi necessário por falência grave e irreversível do órgão. Ambos exigem, no pós-operatório, monitoramento intensivo e prevenção rigorosa contra infecções e rejeição.“
O caso de Faustão reúne múltiplos fatores de risco: histórico de insuficiência cardíaca, imunossupressão contínua, infecção grave e a necessidade de adaptação a novos órgãos em sequência. A recuperação depende de acompanhamento intensivo, controle rigoroso da infecção e suporte nutricional para fortalecer o organismo no pós-operatório”, reforça Vanessa Prado.
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