Política

PSDB tenta frear crise e aprova fusão com Podemos para manter protagonismo nacional


29/04/2025

Portal WSCOM



A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (29), o avanço das negociações para uma fusão com o Podemos. A nova legenda, ainda sem nome ou número definidos, recebeu o nome provisório de “PSDB+Podemos” e terá sua formalização discutida em convenções nacionais das duas siglas, previstas para o dia 5 de junho. O registro oficial do novo partido dependerá da aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A comissão responsável pela consolidação da nova sigla, composta por dirigentes dos dois partidos, será encarregada de definir o nome, a marca, o programa, o estatuto e os critérios de comando da legenda. Também será decidido o número, o mascote e outros símbolos de identidade partidária. As decisões levarão em conta pesquisas qualitativas e manifestações de filiados.

Na Paraíba, a fusão deve ocorrer de forma tranquila. PSDB e Podemos integram o campo da oposição ao governador João Azevêdo, e seus membros já têm visões e estratégias políticas semelhantes. Camila Toscano, Tovar Correia Lima e Manoel Ludgério são os nomes do PSDB na Assembleia Legislativa.

A fusão criará uma força política com 28 deputados federais — incluindo os paraibanos Romero Rodrigues e Ruy Carneiro, ambos do Podemos — e sete senadores, o que garantirá ao novo partido a sétima maior bancada da Câmara dos Deputados e a quarta maior do Senado. Atualmente, o PSDB não possui representação na Câmara nem no Senado pela Paraíba, enquanto o Podemos não tem cadeiras na Assembleia Legislativa do Estado.

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Segundo Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB, a iniciativa busca renovar o protagonismo do partido no campo político de centro. “Queremos ser um partido que vai propor, que vai debater ideais, que vai discutir soluções e propostas para o Brasil. Até o início de junho, nós teremos uma nova configuração partidária dentro desse chamado centro democrático”, declarou.

A união das legendas ocorre em meio a um contexto de crise interna no PSDB, que enfrentou a saída de nomes históricos como Pedro Cunha Lima e Cássio Cunha Lima, além da migração da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD. Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS), também governadores eleitos pelo PSDB, avaliam deixar a sigla. Em videoconferência nesta terça-feira, Leite manifestou apoio à fusão, mas não confirmou permanência.

A nova configuração partidária deverá garantir, já em 2026, a sexta maior fatia do fundo eleitoral, estimada em R$ 384,6 milhões, com base nos resultados de 2022. Também terá direito ao oitavo maior volume de recursos do fundo partidário, calculado em R$ 77 milhões.

Para as eleições de 2026, a expectativa das cúpulas é que o novo partido reúna força suficiente para driblar a cláusula de barreira e ampliar sua representação. Para isso, será necessário eleger ao menos 13 deputados em nove estados ou obter 2,5% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em pelo menos nove unidades da federação com, no mínimo, 1,5% dos votos em cada uma.



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