O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que os cerca de R$ 430 mil em espécie apreendidos pela Polícia Federal em um flat alugado por ele em Brasília são fruto da venda de um imóvel e têm origem lícita. O dinheiro foi encontrado dentro de um saco plástico preto guardado em um armário do apartamento, durante a Operação Galho Fraco, que investiga possível desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares.
Segundo apuração do UOL, Sóstenes declarou que apresentará à Justiça a documentação referente à suposta negociação imobiliária para comprovar a origem dos valores. O parlamentar também afirmou ser vítima de perseguição judicial, relacionando a ofensiva da PF às buscas autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em endereços ligados a ele e a Carlos Jordy (PL-RJ), também investigado no caso.
Líder do PL na Câmara, ele não explicou por que recebeu dinheiro vivo pela venda. Sóstenes falou que seus advogados e o contador vão apresentar todos os documentos e informações. Ele disse que depositaria o dinheiro, mas não teve tempo. “Guardei no meu guarda-roupa, dentro do meu flat”, justificou. “Ninguém coloca dinheiro ilícito dentro de casa, gente.”
Na decisão que autorizou a operação, a PF aponta suspeitas de que cotas parlamentares de Sóstenes e Jordy foram usadas para custear despesas inexistentes ou irregulares, com contratos simulados de locação de veículos para empresas de fachada. Os investigadores afirmam que agentes políticos, assessores e empresários teriam atuado em conjunto para desviar e ocultar recursos públicos, em esquema já investigado desde 2024 pela Operação Rent a Car, que teve como alvos assessores dos dois deputados.
