O deputado estadual Hervázio Bezerra, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa da Paraíba, voltou a chamar atenção para os obstáculos que ainda afetam a inclusão e a garantia de direitos desse público no estado.
Entre os principais problemas apontados pelo parlamentar está o transporte acessível, especialmente fora da capital. Segundo Hervázio, “o transporte acessível ainda é insuficiente, especialmente no interior. Não basta colocar um veículo adaptado: é preciso garantir rota, frequência e respeito”.
A empregabilidade das pessoas com deficiência também foi citada como um dos gargalos mais sensíveis. Na avaliação do deputado, “a empregabilidade continua sendo um gargalo, e a cultura capacitista ainda exclui talentos e limita oportunidades”, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à inserção no mercado de trabalho e ao combate à discriminação.
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No campo da saúde, Hervázio destacou que os serviços especializados ainda não alcançam toda a população que precisa desse tipo de atendimento. “A saúde especializada, apesar de avanços, ainda não chega com velocidade e abrangência necessárias a quem mais precisa”, registrou o presidente da Comissão, ao defender maior capilaridade dos serviços de reabilitação, diagnóstico e acompanhamento.
A acessibilidade arquitetônica e urbanística nas cidades paraibanas também foi listada entre os desafios permanentes. Para o deputado, “a acessibilidade arquitetônica e urbanística segue sendo uma luta diária: calçadas irregulares, prédios sem rampas, ausência de pisos táteis e sinalizações adequadas” ainda fazem parte da rotina de quem depende dessas adaptações para circular com segurança e autonomia.
Hervázio também apontou a falta de informação e de capacitação contínua como entraves que mantêm práticas excludentes dentro do próprio serviço público. “A falta de informação e de formação continuada sobre direitos das pessoas com deficiência ainda perpetua práticas excludentes no serviço público”, afirmou, ao defender que a pauta da inclusão seja tratada como política de Estado e não apenas como ação pontual.
Segundo o parlamentar, o mapeamento desses desafios deve orientar o trabalho da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência na ALPB, com foco na cobrança de implementação de leis já existentes e na construção de novas medidas que garantam, na prática, o acesso a direitos básicos em todo o território paraibano.

