O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta quarta-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou “estarrecido” com o número de mortos na megaoperação policial realizada na véspera, no Rio de Janeiro. Segundo o g1, o ministro afirmou que a ação foi “extremamente cruenta e violenta”, o que causou profunda preocupação no governo federal.
Lewandowski lembrou que, conforme determina a Constituição, “a responsabilidade pela segurança pública é dos governos estaduais”. O presidente, segundo ele, também ficou surpreso com a ausência de informações oficiais enviadas ao Planalto antes da operação.
Operação mais letal do Rio causa indignação
A megaoperação, considerada a mais letal da história do estado, deixou mais de 130 mortos e espalhou tensão por diversos bairros do Rio de Janeiro. Moradores revoltados levaram corpos até uma praça na Penha, na zona norte da cidade, em protesto contra a violência e a falta de esclarecimentos sobre as vítimas. O episódio gerou troca de acusações entre o governo do estado e o governo federal.
GLO não foi discutida com o presidente
Questionado sobre a possibilidade de o governo decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Lewandowski explicou que a medida é “complexa e excepcionalíssima”. Ele destacou que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), precisaria formalizar um pedido reconhecendo a incapacidade do estado em conter a crise na segurança pública.
“O governador do Rio de Janeiro teria de fazer esse pedido. Não é uma ação espontânea do presidente ou do governo federal”, afirmou o ministro. Ele acrescentou que a hipótese de GLO não foi tratada na reunião desta quarta-feira no Palácio da Alvorada.
Apoio federal ao estado do Rio
Durante a coletiva, Lewandowski informou que o governo federal colocou à disposição do Rio de Janeiro vagas em presídios federais para abrigar lideranças de facções criminosas. Também foram enviados homens da Força Nacional e equipes dos institutos nacionais de perícia para ajudar na identificação dos corpos e na investigação dos crimes.O ministro ressaltou ainda que, em reunião marcada para a tarde desta quarta, ouviria o governador Cláudio Castro sobre as necessidades do estado para ampliar o apoio federal.
