Eliezer Gomes, membro fundador e primeiro presidente do PT da Paraíba, criticou os organizadores do evento de comemoração de 43 do partido, que deixou de fora líderes históricos da legenda.
“Organizadores do ato demonstra um desprezo terrível ao maior patrimônio do partido, que são seus militantes históricos, fundadores, ex-presidentes e os representantes genuínos das lutas sociais, das entidades de classes, dos seguimentos da diversidade e de outros/outras que ajudaram a construir o nosso PT e se mantém fielmente na batalha ideológica do cotidiano”, diz em trecho do texto.
A solenidade, de autoria da deputada Cida Ramos, aconteceu na sexta-feira (10) no plenário da Casa de Epitácio Pessoa e contou a presença dos deputados estaduais Chico Mendes e Luciano Cartaxo, do deputado federal Luiz Couto e do presidente do diretório do PT na Paraíba, Jackson Macêdo.
Fundado em 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) integra um dos maiores e mais importantes movimentos de esquerda da América Latina. Conta, atualmente, com mais de 1,6 milhão de filiados em todo o país, sendo o segundo maior partido político brasileiro. Na Paraíba, o partido tem quase 48 mil filiados, sendo 10 mil em João Pessoa.
Leia o artigo de Eliezer:
‘Banda B do PT da Paraíba ignora fundadores e históricos em celebração de 43 anos de fundação.
No último dia 10 de fevereiro, uma banda do PT paraibano (a banda B), reuniu algumas figuras da cena política atual para, em seção “especial, ” celebrar a passagem dos 43 anos de fundação da sigla.
É claro que o partido merece tal celebração, afinal, trata-se do maior partido popular da América latina (para sermos cautelosos na classificação), com história relevante ao ponto de trazer ao centro do poder, legítimos representantes das camadas obreiras e populares do Brasil e claramente ter mudado a história e o destino de milhões de brasileiros e brasileiras do ponto de vista social, econômico e político. Celebração pertinente e justa!
Por outro lado, é de nos entristecer profundamente perceber que a mesquinhez política dos organizadores do ato demonstra um desprezo terrível ao maior patrimônio do partido, que são seus militantes históricos, fundadores, ex-presidentes e os representantes genuínos das lutas sociais, das entidades de classes, dos seguimentos da diversidade e de outros/outras que ajudaram a construir o nosso PT e se mantém fielmente na batalha ideológica do cotidiano.
Creio que esse momento, seria, no mínimo, uma oportunidade de se estender a mão, fazer um aceno, buscar um caminho de reconciliação, mas não foi isso que passou na cabeça dos/das organizadores/as.
O objetivo, ao que tudo indica, foi o de alimentar a cisão e manter o partido dividido e fragilizado, na Paraíba. Ok, objetivo alcançado com “sucesso, ” a direitona e o bolsonarismo fascista agradecem.
Ao ver a repercussão do evento na mídia procurei verificar as presenças de lutadores e lutadoras do povo, de companheiros e companheiras que doaram suas juventudes na construção, não só do partido, mas, da resistência permanente, e vi que muitos não estavam ali.
Será que o partido já os eliminou de sua membresia e os/as mesmos/as não foram comunicados/as? ou já morreram politicamente?
Pelo que sei, a grande maioria está viva e ativa na luta!
Algumas das tradições do Partido dos Trabalhadores sempre foram o debate e o confronto de ideias na construção de posições políticas de encaminhamentos democráticos, porém, de 2018 para cá, isso deixou de ser algo salutar e normal (notadamente aqui na Paraíba), e passou a ser motivo de perseguição e ódio. Uma pena para nós e um refrigério para o fascismo.
Ficou claro que estamos montados em duas bandas, a A e a B, e o que é mais doloroso é perceber a presença de alguns traidores do partido na festa da banda B e alguns/as outros/as simplesmente ignorados e alijados. Que coisa feia!
Mesmo assim, nossa esperança é num Brasil que vai virar o “jogo” com o novo governo Lula, que ao contrário de excluir, está incluindo num processo acelerado de redemocratização do país.
Viva o PT real, viva o novo governo Lula e viva o povo brasileiro!
PT, saudações
Eliezer Gomes’
