Economia

Paralisação dos caminhoneiros é confirmada por sindicatos da Paraíba

Apesar do presidente pedir que os caminhoneiros não fizessem a paralisação, sindicatos confirmam greve para segunda-feira com envio de ofício ao governo.


29/01/2021

Imagem ilustrativa (Foto: reprodução)

Por Cristiane Cavalcante



Programada para acontecer na segunda-feira (1°), a greve dos caminhoneiros já tem o apoio de entidades e sindicatos da categoria.

Apesar do apelo público do presidente Jair Bolsonaro para que os motoristas não fizessem a paralisação, o Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC) enviou um ofício ao governo confirmando o movimento para segunda, caso os pedidos da categoria não sejam atendidos. A entidade diz ter 40 mil afiliados em 22 estados brasileiros.

O presidente do Sindicato dos Condutores e Empregados de Empresas de Transportes de Combustíveis e Produtos Perigosos Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindconpetro-PB), Emerson Galdino, se reuniu nesta  quinta-feira (28) com os líderes dos caminhoneiros na Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte para discutir sobre a paralisação na próxima segunda-feira (1º).

De acordo com Galdino, o objetivo desta vez não é realizar uma greve, mas sim uma paralisação nos terminais de armazenamento de combustíveis. Ele revelou, durante entrevista à Rádio Correio FM, que a ação estratégica deve apresentar efeito em poucos dias, tendo em vista a demanda constante por combustíveis.

Segundo o presidente Sindconpetro-PB , as principais reivindicações vão de encontro ao preço do combustível, melhora nas condições de trabalho e queda no valor dos impostos. Ele também ponderou sobre a paralisação de 2018 e assumiu que a estratégia na época foi equivocada.

“O segredo da greve é parar os terminais de armazenamento de combustíveis e, consequentemente, em poucos dias vai surtir efeito. Não acertamos a estratégia da última vez, e nem tivemos nossas reivindicações atendidas. Agora estamos amadurecidos e sabemos como agir”, declarou.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Ajudantes de Entregas do Estado da Paraíba Marcos Antônio, também declarou que a paralisação estende-se à Paraíba. Uma das principais reivindicações está na alta do preço do combustível, que eleva o valor cobrado em outros itens.

Ainda de acordo com o representante, a categoria só volta a trabalhar quando houver diálogo com o Governo Federal.

Outro apoio confirmado para paralisação de segunda é da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB). O presidente da entidade, Jose Roberto Stringascida, explica que a política de preço dos combustíveis é um dos pontos que motivam a reivindicação da categoria.

“O reajuste no preço [do combustível] precisa ser no mínimo a cada seis meses. O ajuste semanal torna impossível o trabalho dos caminhoneiros”, disse.

As principais exigências dos caminhoneiros é que tenham uma aposentadoria especial, um piso mínimo estabelecido para frete e fiscalização mais atuante da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT).

Nesta semana, a Petrobras anunciou mais um reajuste de 5% no preço da gasolina. O combustível já acumula alta de 13,4% neste ano. O diesel também vai sofrer aumento de 4,4%.

Impostos reduzidos

Na quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro anunciou que, em breve, reduziria o PIS/Cofins que incide sobre o diesel. Na ocasião, também apelou para que os governos estaduais abaixassem as alíquotas do ICMS.

Fontes disseram que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem dizendo que a ideia é “atenuar” o recente aumento no preço do diesel na bomba, e não zerar completamente os dois impostos

Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirmou que “não há uma única entidade de classe representativa para falar em nome do setor”, e que “que qualquer declaração feita em relação à categoria corresponde apenas à posição isolada de seus dirigentes”.

“Nenhuma associação isolada pode reivindicar para si falar em nome do transportador rodoviário de cargas autônomo e incorrer neste tipo de conclusão compromete qualquer divulgação fidedigna dos fatos referentes à categoria”, afirma a pasta em nota.

O ministério alega também que “há uma agenda permanente de diálogo com as principais entidades representativas da categoria por meio do Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), além de reuniões constantes com lideranças da categorias”.

“O restabelecimento do fórum, desde 2019, tem sido o principal canal interativo entre governo e setor e qualquer associação representativa que deseje contribuir para a formulação da política pública pode requerer a sua participação para discutir eventuais temas de interesse da categoria”, disse o Ministério da Infraestrutura.


Em cumprimento à Legislação Eleitoral, o Portal WSCOM suspende temporariamente os comentários dos leitores.