Economia
Paraíba tem a 2ª maior taxa do país de sobrevivência dos estabelecimentos com 5 anos de vida, aponta IBGE
40,2% das unidades locais do estado nascidas em 2017 ainda permanecem abertas em 2022.
06/12/2024
Em 2022, entre todas as unidades da federação, a Paraíba apresentou a 2ª maior taxa de sobrevivência das “unidades locais empregadoras” dos estabelecimentos criados no ano de 2017. O termo unidade local serve para designar cada endereço de atuação das empresas. De acordo com a pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, divulgada nesta quinta-feira (5), pelo IBGE, o percentual paraibano de unidades locais que surgiram em 2017, e ainda funcionavam em 2022 (40,2%), só ficou atrás do sergipano (40,5%) e foi superior às médias verificadas no Nordeste e no Brasil, ambos com 37,9% de sobrevivência para o período de 5 anos.
A pesquisa divulgada este ano trouxe algumas mudanças metodológicas, entre as quais a mensuração do conceito de “unidade local empregadora”, ou seja, aquela que possui pelo menos um empregado (pessoa ocupada assalariada), no ano de referência. Na Paraíba, em 2022, ainda estavam funcionando 45% das unidades locais empregadoras abertas em 2018. O número cresce para 57,1% das que nasceram em 2019; 65,8% para as nascidas em 2020; e, por fim, 78,3% das unidades criadas em 2021 sobreviveram ao seu primeiro ano de vida (final de 2022).
Em 2022, o estado contava com cerca de 35,5 mil unidades locais empregadoras, que empregavam 384,5 mil pessoas ocupadas assalariadas. Em relação ao ano anterior, houve um crescimento de 6,4% no número de unidades empregadoras e de 3,4% no pessoal ocupado. Quando comparado ao início da série histórica em 2015, o crescimento foi de 13,9% e 7,5%, respectivamente.
Quando consideradas as unidades locais empregadoras e não empregadoras, a Paraíba contava com 93,7 mil unidades em 2022. O setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas é aquele com maior número de unidades locais (37,7 mil), seguido bem atrás pelos setores da construção (10,4 mil) e de saúde humana e serviços sociais (6,8 mil). O setor de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas também é o maior empregador, com 112,2 mil pessoas ocupadas assalariadas, seguido pela indústria de transformação (72 mil) e pelo setor de atividades administrativas e serviços complementares (52,3 mil).
Já em relação ao salário médio mensal, mensurado em salários mínimos (s.m.), pago pelas unidades locais empregadoras, a Paraíba detém a quinta pior média salarial de país, com 1,7 s.m. mensal, empatada com os estados do Acre e Amapá (1,7 s.m.) e à frente de Alagoas (1,6 s.m.) e Piauí (1,6 s.m.). A média do estado é menor que a brasileira (2,6 s.m.) e a regional (1,8 s.m.).
Os setores que apresentam as melhores médias salariais na Paraíba são o de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, com 5,9 s.m. mensais, seguido pelos de eletricidade e gás (3,3 s.m.) e de água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (2,9 s.m.). Por outro lado, os setores de Alojamento e alimentação e o de Artes, cultura, esporte e recreações têm as piores médias salariais do estado, com 1,1 s.m. mensal pago a seus empregados.
Empresas de alto crescimento e gazelas
Segundo a pesquisa, na Paraíba, em 2022, havia 2.186 unidades locais de alto crescimento. Esse número representa um aumento de 40% em relação a 2021, que tinha 1.561 unidades desse tipo. Em relação a 2017, início da série para esse indicador, houve um aumento de 85,1%. Após a mudança de metodologia, as empresas de alto crescimento são consideradas aquelas que tiveram um crescimento médio de pessoal ocupado assalariado de, pelo menos, 10% ao ano, por três anos, e que tinham 10 ou mais pessoas ocupadas assalariadas no ano inicial de observação. Ressalta-se que, na metodologia anterior, uma empresa de alto crescimento tinha 20% de aumento de pessoal ocupado por 3 anos. Esse novo conceito ampliou o número de empresas com essa tipologia.
Do total de unidades locais de alto crescimento em 2022, no estado, 124 (5,7%) se encaixavam na categoria das chamadas “gazelas”, formada pelas entidades mais jovens, situadas na faixa de 3 até 5 anos, no ano de referência. As unidades de alto crescimento e gazelas correspondem a 6,2% e 0,3% do total de unidade locais empregadoras, respectivamente.
Mudança na metodologia
Ressalta-se que os dados devem ser observados com alguns cuidados, principalmente na comparação com os anos anteriores, pois a pesquisa sofreu várias alterações metodológicas que definem organizações ativas. A partir do ano-base 2022, com incorporação no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) de todos os estabelecimentos com situação ativa no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), o critério para seleção de unidades ativas precisou novamente ser alterado.
Sendo assim, para a seleção das unidades ativas, são considerados os seguintes casos: (1) Empresas e outras organizações que declararam o e-Social; (2) Empresas e outras organizações que tiveram informação econômica nas pesquisas estruturais por empresas do IBGE, independentemente da sua situação cadastral nos registros administrativos; (3) Empresas e outras organizações que se encontram com a situação cadastral ativa em 31.12 na Receita Federal, e que: não tenham indicativo de inatividade nas pesquisas estruturais por empresas do IBGE, ou, para as empresas de Natureza Jurídica 1 (Administração Pública), não tenham indicador de inatividade na RAIS. Essa foi a única mudança realizada para o ano-base 2022, que alterou o quantitativo de unidades locais totais (empregadoras e não-empregadoras).
No âmbito geral, o IBGE divulgou a “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo” com as seguintes mudanças metodológicas: (1) Introdução do evento de morte de empresas e unidades locais; (2) Mudança no conceito de reentradas; (3) Utilização apenas do conceito de sobrevivência de empresas nascidas em determinado período; (4) Mudança no escopo populacional das entidades da pesquisa, explicado no parágrafo anterior; (5) Mudança no conceito de empresa de alto crescimento.
Outros gráficos e tabelas
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