Hoje trago uma resenha bem diferente fruto de um papo descontraído que tive com Eiji Kumamoto (Omni Type / Best Foe). Descobri que ele também tem outro projeto, que vamos apresentar para vocês.
Eiji Kumamoto se destaca como um músico e compositor instrumental cuja obra revela uma combinação de introspecção, técnica e sensibilidade.
São vários singles disponíveis você pode conferir todos no link abaixo:
Durante nossa conversa, fiz algumas perguntas para entender melhor esse “outro lado criativo” do artista.
O que te motivou a realizar um trabalho com essa nova atmosfera, saindo da essência do rock?
Foi durante a pandemia. Eu trabalhava em uma empresa da área da saúde (então estava presencial), e com todo o estresse eu precisava colocar pra fora esse peso.
Como não havia condições de ensaiar com a Omni Type, comecei a escrever coisas que me trouxessem calma e assim nasceu a música “Sounds Good”.
Quais são as tuas maiores influências para esse novo tipo de projeto?
Por incrível que pareça, as mesmas influências das outras coisas que faço. Por exemplo: Crosses (projeto paralelo do Chino Moreno, do Deftones), A Perfect Circle tem umas coisas nessa vibe também.
Mas ouço muito Fiona Apple, Tori Amos, Björk… a lista é imensa.
Você sente dificuldade para conseguir locais onde possa apresentar esse trabalho?
Eu não acho que exista uma grande dificuldade. Tenho percebido que o público da cidade vem mudando e se abrindo a novas bandas e sonoridades.
Mas, pra apresentar essas músicas… eu particularmente acho difícil. Elas são muito íntimas.
Como é o processo de composição das músicas?
Esse processo não muda muito em relação aos meus outros projetos. Sempre que tenho uma ideia, fico cantarolando pra não esquecer.
Depois pego um dos meus instrumentos (geralmente a guitarra) e vou encontrando as notas ou acordes.
Quando tenho tudo, plugo no computador, gravo loops e, a partir deles, começo a compor os outros instrumentos, synths, ou o que mais for necessário.
Você acha que compor sozinho é mais tranquilo do que em grupo?
Compor sozinho é mais complexo do que em grupo.
Quando crio um riff, minha primeira atitude é gravar pra não esquecer. O próximo passo é enviar pra banda e esperar o feedback se gostam, todos ajudam a evoluir aquele fragmento.
Quando componho sozinho, sou eu opinando sobre mim mesmo. Não tenho uma segunda opinião, o que me obriga a tentar ver de fora, como uma terceira pessoa. Às vezes mostro para amigos e vejo o que acham. Dependendo das respostas, faço ajustes.
O problema é quando entro no loop do “isso não tá bom” aí a música acaba não evoluindo nem sendo finalizada. [risos]
Pois é, como diz o ditado: os brutos também amam.
Entre riffs pesados e sonoridades hardcore, Eiji mostra uma outra faceta mais sensível, introspectiva e emocional.
Fica a dúvida: será que há mais músicos independentes no nosso underground explorando lados tão diferentes e escondidos quanto o dele?