Amigos do Underground

27 anos de resistência e cultura: a Música Urbana e sua importância na cena underground paraibana.

Foi no dia 07 de março de 1998 que eu estava de rolê na Feirinha de Tambaú e recebi um flyer da inauguração de uma loja de discos no Centro, bem pertinho do meu trabalho: a loja Música Urbana.

Na segunda-feira, saí um pouco mais cedo pra almoçar, engoli o rango e fui logo conhecer a loja. Robério e sua esposa ainda estavam colocando os CDs nas prateleiras, e desde esse dia eu nunca mais parei de frequentar esse espaço que, além de loja, acabou virando um lugar que coleciona amigos.

Pois é… Robério é praticamente um dos irmãos que o rock me deu. E é com muita satisfação que eu abro essa sessão de resenhas sobre amigos do underground paraibano, pessoas que ajudam a cena, começando com a Música Urbana.

A loja já contribuiu muito lá nas antigas, vendendo material de bandas (camisas, CDs, adesivos etc.) e também de selos locais (Cactus Discos e Microfonia), e também teve um zine onde eu e Robério escrevíamos sobre tudo quanto era assunto, sempre com espaço para as bandas locais também. Era uma forma voluntária de divulgar os projetos até porque na época não existiam os recursos que temos hoje.

Com o tempo, a loja foi criando raízes. Muitas bandas se formaram ali. Tivemos a presença de Flaviano por um longo período e, como ele sempre foi ativo na cena, com passagens por bandas icônicas (Bona Dea e Star 61), ajudou a fortalecer ainda mais o vínculo com a galera local.

Depois chegou o nosso querido Beto, da Rotten Flies, que substituiu Fla à altura, e nisso as conexões só cresceram. A Música Urbana se tornou realmente o ponto de encontro do underground.

 

Certo dia, em uma conversa entre Robério e Jesuíno André, surgiu a ideia de fazer um show na frente da loja. E daí já se foram mais de 200 bandas que tocaram por lá.

Hoje, além da venda de discos e instrumentos, a loja também faz uma renda extra com a venda de bebidas e quando tem show, é venda na certa. A média é de dois shows por mês, porque quando rola evento, Robério precisa fechar a loja bem tarde no sábado, e claro, também tem a família no fim de semana.

Um papo direto com Robério

O que te motivou a fundar a Música Urbana?

“Foi gostar muito de música. Eu até sonhava que trabalhava em loja de discos. Quando acordava, ficava triste (risos).”

27 anos de loja não são pouca coisa. Fala três momentos marcantes:

  1. “Sentir o carinho diário dos clientes e amigos pela loja e por mim.”
  2. “Os shows no pátio da loja. São sempre momentos de alegria.”
  3. “Conhecer pessoas que eu não conheceria se tivesse outro trabalho.”

E qual dica você dá pra quem quer ajudar a cena?

“Ajudar no que for possível as pessoas a realizarem projetos, fazer amigos no meio, ter humildade, perseverança e paciência na medida do possível.”

Sem dúvidas, a Música Urbana é um ícone da cena underground paraibana. Recentemente, foi aprovado um projeto de lei do vereador Marcus Henriques, no qual escolhemos um projeto contínuo que nasceu justamente nos shows da frente da loja. Como projeto de lei não pode ter nome comercial, em conjunto com Robério batizamos de Beco Underground, que já conta com 8 edições e hoje é Patrimônio Cultural do Rock em João Pessoa.

Isso abre novos rumos para a loja, amplia a visibilidade e fortalece ainda mais a caminhada tanto no que ela representa para a música independente quanto no número de amigos que coleciona ao longo dos anos.

Siga a Música Urbana no Instagram: https://www.instagram.com/musicaurbanajp/

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