O que está acontecendo?
Não é ficção científica: estamos vivendo uma revolução silenciosa, acelerada pela inteligência artificial (IA), que está destruindo (ou transformando radicalmente) profissões inteiras e muitos ainda fingem que isso não é urgente. Recentemente o Barômetro de Empregos de Inteligência Artificial 2025 da PwC mostrou que todos os setores já estão expandindo o uso de IA, inclusive os menos tecnológicos, e que os setores mais aptos a utilizá-la têm crescimento três vezes maior na receita por empregado.
No Brasil, estimativas mostram que 31,3 milhões de empregos serão afetados pela IA, dos quais 5,5 milhões com risco de automatização completa. Cerca de 5,4% dos trabalhadores brasileiros já estão em ocupações com alto nível de exposição a automações quase totais.
Por que é diferente de outras revoluções tecnológicas
Já passamos por revoluções: a eletricidade, o computador, a internet, o smartphone. Mas desta vez há algumas particularidades:
- A velocidade: em poucos anos (não décadas) ferramentas de IA generativa, agentes automáticos, machine learning avançado etc. estão se tornando acessíveis até para pequenas empresas.
- O alcance: profissões consideradas de “colarinho branco” contadores, advogados, administradores e até, tradutores, roteiristas, médicos estão tão na mira quanto profissões operacionais.
- A profundidade: não é só automatizar tarefas repetitivas, mas redefinir inteiramente o que se espera de quem trabalha: criatividade, empatia, julgamento, adaptação constante.
- A mudança constante de competência: o que se ensinou e pratica hoje pode estar obsoleto em pouco tempo. O currículo universitário, de cursos técnicos, precisa acompanhar e ainda há grande resistência ou atraso nesse sentido.
Exemplos concretos e impacto direto nas profissões
- A Salesforce cortou cerca de 4.000 empregos de suporte ao cliente em oito meses, passando de 9.000 para 5.000 nessa área, após implementar “agentes de IA” (ou seja, software que assume parte do atendimento) em larga escala.
- Empresas como Adidas, Meta, Boeing, DropBox, Block e outras já reconhecem que demissões recentes tiveram na automação ou IA parte do motivo.
- No setor financeiro brasileiro, prevê-se que bancos poderão eliminar até 200 mil empregos nos próximos cinco anos por causa da adoção de IA.
- Legaltechs brasileiras: por exemplo, a DeltaAI tem atuado no Brasil para automatizar tarefas jurídicas como análise de contratos, gestão de litígios, auditoria em bases de processos.
Profissões implicadas com alto risco: contadores, advogados, administradores, designers, roteiristas, músicos, dubladores, programadores básicos, tradutores, até médicos em certas especialidades diagnósticas ou de imagem onde a IA já consegue fazer detecção rápida. Em muitos desses casos, não será a extinção total, mas uma diminuição de posições para tarefas rotineiras e elevação de exigência para funções mais criativas ou de supervisão.
Consequências sociais, psicológicas e do sistema educacional
- Desemprego e requalificação: muitos profissionais permanecerão sem rede de segurança, sem preparo para migrar para funções menos automatizáveis. A requalificação não está acessível para todos.
- Saúde mental: perda de identidade profissional, sensação de inutilidade ou substituibilidade, ansiedade, depressão, burnout por precisar aprender muito rápido ou reinventar a carreira.
- Desigualdade: quem já tem melhor formação, melhores conexões, acesso à tecnologia e capital vai se adaptar melhor; os mais vulneráveis, quem está em profissões com menor escolaridade, quem vive em regiões mais pobres, serão os mais prejudicados.
- Universidades e cursos técnicos: currículos desatualizados, formação focada ainda em teorias e práticas que ignoram IA, automação, dados. Muitas faculdades não estão preparando para as tarefas e problemas que emergirão: diagnóstico de IA, ética de algoritmos, colaboração humano-máquina.
- Mercado de trabalho precário ou fragmentado: surgem trabalhos “meio-período de IA”, complementar, freelas, gig economy, que exigirão continuamente atualização de competências.
O futuro já começou. Mexa-se!
Se você é profissional, empresário, estudante ou gestor educacional na Paraíba, ou no Brasil inteiro, isso não é algo para deixar para amanhã. Estamos numa encruzilhada onde o quê você vai fazer ou deixar de fazer pode definir se sua profissão sobreviverá ou será marginalizada.
Aqui vai o convite: meu livro (ChatGPT para Gestores) é uma porta de entrada urgente para entender como usar a IA, como adquirirmos competências indispensáveis, como adaptar sua profissão para não sermos deixados para trás. É possível e necessário, começar agora, aprendendo, experimentando, se reinventando.
Será que sua profissão ainda existirá em 5 anos da forma que você a conhece hoje?