De acordo com os dados oficiais do IBGE, a população de João Pessoa, segundo o Censo de 2022, era de 833.932 habitantes. A Região Metropolitana de João Pessoa, que inclui a capital e outros municípios como Santa Rita e Bayeux, tinha uma população aproximada de 1,4 milhão de pessoas em 2022.
Um outro dado interessante é que segundo o Creci-PB (Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba) destaca que São Paulo está entre os estados com maior número de compradores de imóveis em João Pessoa, integrando um grupo que inclui também Brasília, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Esse movimento de aquisição imobiliária de quem reside fora de João Pessoa tem tudo para continuar crescendo. O aumento do fluxo no turismo, reflete diretamente no segmento imobiliário. Muito disso, em virtude de fatores externos, se eles, claro, venham de fato a acontecer, o que me parece bem real, João Pessoa em si, viverá no médio prazo um momento fora da curva, inclusive destoando positivamente do cenário nacional para estes dois importantes setores. Um dos fatores os quais eu me refiro são os novos leitos no Polo Cabo Branco, explico: João Pessoa ganhará uma mídia e exposição “gratuita” em todo Brasil e no mundo para que nossos resorts que já começam a operar aqui em 2026 tenham ocupação, com esse esforço que certamente será realizado pelos donos destes empreendimentos, não nos restam dúvidas que um novo turista, com melhor poder aquisitivo venha para nossa Capital, mesmo que a sua grande maioria não saia de dentro dos resorts, João Pessoa passará a ser o destino dessa turma. Na ponta comercial, as operadoras de turismo de todo Brasil já começam a oferecer os pacotes de hospedagem, a exposição da cidade será em um volume cada vez maior. Só que haverá uma parcela da população que vão desejar se hospedar nestes lindos resorts, mas que na prática, nem todos terão condições financeiras de se hospedar por lá e é ai que toda a rede hoteleira que já existe na cidade, bem como os nossos flats que são anunciados nas plataformas de aluguel por temporada continuarão a serem não só ocupados, como teremos uma melhor precificação em relação as diárias que nós temos nos dias de hoje. Mas todo esse novo fluxo de turistas me traz uma preocupação, como a cidade vai se preparar para receber este novo fluxo, se no nosso verão vemos os moradores tradicionais que aqui residem há 20, 30 anos, reclamando dos trânsito pesado, mencionam que a nossa orla contam prestadores de serviços ou vendedores sem estarem devidamente padronizados ou organizados, nosso atendimento nos bares e restaurantes com uma melhor qualidade de atendimento, me preocupa é que todo este conjunto podem a levar uma experiência negativa e corrermos o risco de perdemos esse novo turista de retornar a nossa cidade ou de falar bem para seu ciclo de amigos quando retornarem aos seus lares.
Pensando nisso, principalmente com foco no trânsito, fui em busca de auxilio, conversei com um especialista do DNIT, o Engenheiro André de Oliveira Nunes
CREA-PB nº 160644377-1, vejam o que ele comenta sobre esse tema :
” João Pessoa possui, de acordo com a base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, uma população de aproximadamente 888.679 habitantes e a sua Região Metropolitana, que inclui mais onze municípios, possui estimadamente cerca de 1.380.923 habitantes.
Como parâmetro de comparação, algumas regiões metropolitanas brasileiras possuem aproximadamente a mesma população, que são:
• Florianópolis (SC): 1.461.218 habitantes
• Maceió (AL): 1.347.703 habitantes
• Entorno do Distrito Federal (GO): 1.313.792 habitantes
• Grande Teresina (PI/MA): 1.298.453 habitantes
• Vale do Rio Cuiabá (MT): 1.134.425 habitantes
• Londrina (PR): 1.125.446 habitantes
• São José do Rio Preto (SP): 1.006.051 habitantes
Para cidades desse porte, a avaliação da eficiência do sistema de transportes, considerando tanto a infraestrutura quanto o serviço, é crucial para o planejamento e a sua melhoria contínua. Dessa forma, o uso de indicadores configura-se como um dos principais instrumentos utilizados e citaremos alguns a seguir.
Como indicadores de Eficiência da Infraestrutura, os quais observam qualidade, disponibilidade e uso da infraestrutura física do transporte, temos:
1. Densidade da Malha Viária (km/km² ou km/hab;
2. Percentual de Vias Pavimentadas e em Bom Estado de Conservação;
3. Disponibilidade de Faixas Exclusivas para Transporte Público (km);
4. Cobertura de Ciclovias e Ciclofaixas (km/km² ou % da malha viária);
5. Capacidade de Estacionamento (vagas/hab. ou vagas/área comercial); e
6. Número de Pontos de Conexão Intermodais.
No que concerne à Eficiência dos Serviços de Transportes, os indicadores avaliam qualidade, acessibilidade, pontualidade e satisfação dos usuários. Dentre esses, temos:
1. Velocidade Média Comercial do Transporte Público (km/h);
2. Regularidade e Pontualidade do Transporte Público (%);
3. Ocupação Média dos Veículos de Transporte Público (passageiros/veículo);
4. Acessibilidade ao Transporte Público (% da população ou área coberta);
5. Tempo Médio de Viagem Casa-Trabalho (minutos);
6. Índice de Satisfação do Usuário (% de satisfeitos ou nota média);
7. Número de Acidentes de Trânsito por Habitante ou por km Rodado;
8. Emissões de Poluentes por Veículo ou por Viagem (g/km ou toneladas/ano); e
9. Proporção de Viagens por Modos Sustentáveis (% de caminhada, bicicleta, transporte público).
Observar a oferta (infraestrutura + serviço) e confrontá-la com a demanda, talvez possa ser o ponto de partida de toda essa análise, principalmente quando verifica-se que a Taxa de Motorização (indicador referente à demanda por transporte) em João Pessoa no ano de 2022 era de 0,6 veículos por habitante (Denatran, 2022), o que é relativamente alto e que gera impacto considerável na mobilidade urbana. Já do lado da oferta, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP), a velocidade média dos ônibus, coletivos em segmentos que possuem faixas exclusivas, é de algo entorno de 19,5 km/h. Vale ressaltar que João Pessoa possui apenas 20 km de faixas exclusivas o que nos leva a crer que o desempenho em boa parte da cidade seja bem inferior ao alcançado nos segmentos de faixas exclusivas. O baixo desempenho do sistema, não apenas para o transporte público, mas também para os usuários em veículos particulares, pode ser constatado em algumas vias e pontos de gargalos na cidade, como na BR-230, que configura-se no maior corredor de tráfego da cidade e que, mesmo em pontos distintos de onde estão sendo realizadas obras, possui vários momentos de congestionamento ao longo do dia.
Além da BR-230, alguns “corredores de tráfego” da cidade, como as avenidas Epitácio Pessoa, Rui Carneiro, Josefa Taveira, Hilton Solto Maior, Ministro José Américo de Almeida, Governador Flávio Ribeiro Coutinho, Abelardo Justino da Fonseca e Valdemar Naziazeno, dentre outras, possuem gargalos que já passaram do tempo de terem, nas interseções com algumas vias, soluções em desnível, a exemplo de viadutos ou pequenos túneis/trincheiras, tendo em vista que as soluções em nível, como rotatórias ou controle semafórico, já não mais se apresentam como eficientes.
Tais intervenções dariam maior desempenho ao sistema de transporte, seja para o usuário particular ou em uso do transporte público. Contudo, sabe-se que tudo isso possui um alto custo de investimento, que pode ser reduzido com a oferta de alternativas de transporte público de maior capacidade e interligadas com outras de menor porte.
Acontece que, com a cidade de João Pessoa se tornando cada vez mais atrativa ao turismo e à mordia também, não é nada absurdo levantarmos a hipótese que estamos atrasados na melhoria da infraestrutura urbana da cidade, bem como distantes dos princípios de cidades inteligentes, conceito esse que, com a coleta e análise sistemática dos indicadores anteriormente citados. permitem a gestores urbanos identificar gargalos, priorização de investimentos e formulação de políticas públicas mais eficazes para o desenvolvimento de um sistema de transportes eficiente e sustentável”.
Vejo que a beleza urbana de João Pessoa ganha cada vez mais destaque com os novos empreendimentos que unem sofisticação arquitetônica, integração com a natureza e valorização dos espaços públicos. A cidade se consolida como um cenário onde modernidade e qualidade de vida caminham juntas, reforçando sua vocação para ser uma capital acolhedora e esteticamente agradável. Agora pense comigo o seguinte, para elevar ainda mais esse padrão visual e garantir um horizonte urbano mais limpo e harmônico, uma solução estratégica seria a adoção da fiação elétrica e de internet de forma subterrânea em toda a cidade. Além de contribuir para a estética, essa iniciativa proporcionaria maior segurança, eficiência tecnológica e valorização do patrimônio imobiliário, colocando João Pessoa em sintonia com as grandes capitais que já adotam essa prática.
Penso que todas estas ações são muito bem vindas para que neste aspecto possamos começar já as mudanças e nos prepararmos cada vez mais e melhor para o novo fluxo de turistas que vamos receber. Ao conhecerem nossa cidade, os turistas em breve se transformarão em moradores ou aqueles que vão por sua vez desejarem investir na cidade para ter o seu flat para uso próprio e ter sua rentabilidade. Por isso penso que viveremos um momento diferente do cenário nacional. Para quem atua no mercado imobiliário o momento é de se organizar, preparar mídias e criativos, investir em comunicação e claro fechar novos negócios. João Pessoa, promete !
Uma outra novidade é que na grande João Pessoa estão chegando turistas através de navios, os chamados cruzeiros. A secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, Rosália Lucas, afirmou que o Porto de Cabedelo, no litoral Norte, vai entrar na rota de cruzeiros de luxo a partir de outubro deste ano, já tem navio de turismo aportando em nossa costa no mês de Outubro. A empresa Swan Hellenic, especializada em oferecer experiências de turismo regenerativo, aliando luxo e consciência ambiental, irá operar com um navio com capacidade para até 158 passageiros e 120 tripulantes. Após 15 anos a Paraíba retoma oficialmente a rota dos cruzeiros , quando o equipamento recebeu 14 atracamentos do MSC Melody, da armadora italiana MSC Cruzeiros. Ao todo, na época, cerca de 21 mil turistas/cruzeiristas passaram pelo porto. É mais um ponto de chegada de turistas em nossa cidade.
E você ? Qual a sua opinião sobre o que vai acontecer com João Pessoa? Qual a sugestão que você implantaria na cidade?