O Município de Bananeiras, quando se tornou Vila e emancipou-se em 1833, ocupava o segundo território do Estado, segundo Horácio de Almeida. Desmembrado de Areia, ao separar-se, levou consigo desde Guarabira até Araruna, fazendo fronteira com o Rio Grande do Norte. Guarabira, ou Independência, logo separou-se (1837). Araruna demorou mais um pouco até seus vereadores, antes de assumir, prestarem juramento perante a Câmara de Bananeiras. Data de 1876 a emancipação de Araruna por lei sancionada pelo Barão de Mamanguape então governador da Parahyba.
Mesmo perdendo geograficamente, Bananeiras ainda era um vasto torrão onde seria exercido o poderio político da oligarquia Rocha, notadamente, através dos herdeiros de Estevam José da Rocha, o Barão de Araruna. Seu principal rebento, o coronel Felinto Florentino da Rocha, seria também prestigiado pelo Imperador Pedro II. Em seu augusto nome, a Princesa Imperial Isabel, nomeou-o Comendador da Ordem das Rosas. Felinto, ao falecer em 1913, deixara cerca de noventa propriedades espalhadas pelo brejo e curimataú acrescentando patrimônio ao que herdara do Barão, cujo conceito político seria por ele preservado. Do registro do seu falecimento, transcrito pelo seu trineto Maurilio Almeida das páginas do jornal O Conservador, dirigido por Caetano Filgueiras, destaquei: “Ninguém ignora que o falecido Barão de Araruna, de honrada e saudosa memória e seu numerosos parentes , amigos e aderentes constituíram sempre, como ainda hoje, a grande maioria do Partido Conservador, não só na freguesia de Araruna como nas de Bananeiras, Cuité, Picui e Pedra Lavrada, onde exerceram constantemente uma influência tão extensa e radicada quanto benéfica e legitima.” Aí residiu a herança política do Comendador Felinto.
Um coronel das antigas, na feira do distrito de Moreno proclamou: “aqui eu quero, posso e mando”. Todavia, nunca desejou alçar voos mais altos. Preferia o cheiro da terra e a companhia dos seus milhares de pés de café. Falecido Álvaro Machado, chefe oligárquico, sua vaga de senador foi lembrada para Felinto Rocha, por Heráclito Cavalcanti, futuro chefe da oposição a João Pessoa. Felinto não se moveu e Epitácio impôs outro nome.
Felinto Rocha desaparece em 1913. No ano anterior, elegera Celso Columbono da Costa Cirne, seu genro, deputado estadual. Outro genro e também sobrinho, seria eleito para a Assembleia Constituinte de 1934, ainda sob a sombra do seu prestigio. Era o coronel José Antônio da Rocha.
Bananeiras mandou também para a Assembleia então eleita, o mestre escola Solon de Lucena que fez carreira na política, combatendo a oligarquia dos Rocha e servindo como discípulo fiel à outra oligarquia, a dos Pessoa. Parente de Epitácio Pessoa, sob seu patrocínio Solon chegaria aos píncaros da gloria política. Deputado estadual, federal e presidente do Estado entre 1920/1924. Ele e Celso Cirne foram eleitos em campos opostos, apesar de cunhados. Morto Felinto, os dois passaram a somar os mesmos votos. Celso em Solânea e Solon em Bananeiras.