De repente, não mais do que de repente, como diria o outro poeta, eis que a casa de abrigo cultural do Mago Roberto Santiago superlotou. Deu trabalho em dobro a Joca Moura, Roberta e à equipe para abrigar todo mundo sentado na noite de celebração.
Fazia tempo não se via tanta gente junta dos vários segmentos sociais, Gente VIP, antenada, de muitas histórias para se deliciar diante do curta-metragem preciso sob o título “HABEAS PINHO” – beleza cinematográfica da Paraíba com 50 artistas naturais da terra dando uma aula de beleza estética.
O POETA JURISTA
O filme produzido pela sensibilidade de Gal Cunha Lima traduz um corte perfeito sobre a fase primeira do poeta Ronaldo Cunha Lima nos primeiros tempos de Campina Grande como berço definitivo de suas conquistas humanas, políticas e intelectuais.
Registre-se: a direção e roteiro têm assinatura de Aluísio Guimarães e Nathan Cirino.
A TRAMA
Anos 60, recém chegado de Guarabira, emociona ver o diálogo do jovem advogado no programa de auditório da Rádio Borborema com ele interpretado pelo talento de Lucas Veloso (filho do inesquecível Shaolin), já ali enfeitiçado pela obra de Augusto dos Anjos, só não mais afetado do que o encantamento do jovem seresteiro (Juzé) pela performance da jovem e bela cantora interpretada por Mayane Neiva.
SURREALISMO JURÍDICO
As cenas com diálogos poéticos entre Ronaldo, Raimundo Asfora e Orlando Tejo cativam pelo enredo deslumbrante em que na magia do enredo atrai o apelo dramático do seresteiro que busca o advogado poeta para soltar, livrar seu violão brutalmente apanhado insensivelmente pela RP (Rádio Patrulha) numa noite de paixão em seresta.
Ato contínuo, recorrendo ao juiz de Direito, eis que o advogado é provocado a instruir o processo via petição em versos brotando daí o poema “Habeas Pinho” merecendo do meritíssimo o seguinte despacho:
“Para que eu não carregue/
Remorso no coração /
Determino que se entregue/
Ao seu dono o violão”
ENFIM, A SERESTA AMOROSA
E é diante da soltura provida em versos comoventes que o seresteiro retorna ao mesmo lugar da cena inicial para voltar a cantar ao amor telúrico diante da imponente cantora, desta feita tomada da iniciativa dela ir ao mural acompanhar o poeta cantador afetada pela reciprocidade afetiva.
DE POETA PARA POETA
Cássio Cunha Lima, ex-governador do Estado, foi quem encerrou a noite dedicando agradecimentos aos empresários Eduardo Carlos e Eduardo Monteiro pelo apoio cultural mas, sobretudo, em nome de todos os presentes, ele agradeceu ao poeta Oliveira de Panelas – presente ao lançamento.
Tudo poeticamente memorável.
GENTE CULT
Muita gente da Cultura, em especial do cinema, esteve presente, a exemplo de Buda e Soia Lira, Torquato Joel, Marcos e Lúcio Vilar, Bob Zaccara, Vitória Lima, Polyana Rezende, Potyzinho Lucena, Fred Svendesen, Ramalho Leite, Nonato e Lenilson Guedes, Kubitscheck Pinheiro, Luís Torres, João Gregório, Daniel Nobre, Claudia Carvalho, Gutemberg Cardoso, Rui Dantas, Antônio Alcântara, Tathiana Rangel, Eda – UFA! e muito mais gente.
ÚLTIMA
“O olho que existe/ é o que vê”