O Parque Solon de Lucena, famosa Lagoa, esteve neste sábado, 2, à altura do encerramento do Festival Internacional de Música Clássica reunindo no mesmo palco a genialidade conceitual do Maestro Júlio Medaglia, o estilo vibrante do Maestro Laércio Diniz, da mesma forma o brilho de Antônio Nóbrega e Wagner Tiso, excelências na arte de produzir qualidade musical.
Esse conjunto de personagens ilustres em suas apresentações dimensiona bem o valor da Orquestra Sinfônica de João Pessoa que, levando em conta ainda a Orquestra Sinfônica do Estado, a Orquestra Filarmônica da UFPB, a Orquestra Jovem da Paraiba, além da Orquestra Metalúrgica Felipéia e os tantos grupos de câmaras nos vários Naipes – tudo isso faz a cidade ser carimbada como Capital da Música Erudita, embora ela nem dimensione nem saiba fazer disso um Fator de atratividade turística, sua grande Marca como elemento de Desenvolvimento Sócio – Econômico.
O Nordeste também tem outras referências na área, mas nenhuma Capital desfruta de qualidade e quantidade como João Pessoa, e este é diferencial concreto na produção da Música Clássica. Ressalte-se que, para isso, o Departamento de Música da UFPB seja preponderante como escola renovadora.
O CASO DO FESTIVAL
Se reparar direito, a aprovação do Festival recém concluido tem a ver com a influência de uma fase anterior, lá atrás, em torno do refino cultural do ex-governador Tarcisio Burity em especial em combinação com o ex-reitor da UFPB, Lynaldo Cavalcanti, responsáveis pela existência da Orquestra Sinfônica e do Departamento de Música, respectivamente.
Esta gênese fez conexão exitosa com o presidente da FUNJOPE, Mauricio Burity, responsável pela construção do Festival levando aos ombros e cabeça do prefeito Luciano Cartaxo os louros de uma Música universal produzida na Capital das Acácias.
Neste particular, reconheçamos o papel do Maestro Laércio Diniz, sempre atento e inovador, ao lado de gente especializada como Hector Jorge Rossi e Samuel Espinoza. Registre-se o trabalho no festival de Alberto Johnson.
Esta, enfim, é a sintese de um processo que pode avançar mais a partir do Centro Histórico e seguir pelos vários recantos da cidade atraindo mais os vários segmentos e a população que, chamada, comparece e gosta de música de qualidade.
O TAMANHO DE MAESTRO JOSÉ SIQUEIRA
Em plena Lagoa, tivemos a oportunidade singular de conversar com o Maestro Júlio Medaglia, na atualidade produzindo o programa PRELUDIO, na TV Cultura, também arranjador do Tropicalismo.
Conversamos muito sobre a música instrumental da Paraiba e do Maestro José Siqueira, paraibano criador da Orquestra Sinfônica Brasileira, que mereceu o seguinte comentário:
– A dimensão da música produzida pelo Maestro José Siqueira, com quem convivi em muitos momentos, está no nivel dos melhores compositores, entre eles Tchaikovsky – afirmou.
Toda a entrevista estará na próxima edição da Revista NORDESTE.
UMAS & OUTRAS
…Em 2018, se vivo estivesse Burity comemoraria 80 anos. A viúva Glauce Burity, presente no Concerto, deve apresentar a biografia do ex-governador.
…A Primeira Dama, Maisa Cartaxo, se fez presente com o prefeito no encerramento do Festival.
…Fiquei emocionado ao rever Assis Lemos, ex-deputado estadual e ex – lider das ligas Camponesas no Concerto final.
…O contra-baixista renomado, Xisto Medeiros, está mais próximo agora da obra de Totonho, na nova fase do artista em São Paulo.
…Ainda hoje há quem lamente o rompimento das relações dele com Chico César – uma grande amizade e cumplicidade derrubada pela crise política e a radicalidade irracional.
