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* Ao ator Domingos Montagner
A vida dos seres animais e humanos é naturalmente regida por forças vitais, aglomerando em forma de células, órgãos, músculos, nervos, ossos, revestimentos sutis com sustentação autônoma condensada em grupo no total do seu corpo. O que torna possível tocar o movimento animal vem inicialmente regido por necessidades básicas de preservação da raça, como alimentar-se, reproduzir-se, proteger-se. Logo em seguida, o toque inteligente, que o faz viver de forma civilizada e evoluindo sempre…
O animal humano desenvolveu-se através do tempo com capacidade de abrigar em sua caixa craniana, o cérebro, como quasar, e suas diversas facetas. Daí poder administrar a vida de seu corpo, reger suas escolhas, registrar sensações de calor, frio, prazer, sensualidade, emoções distintas como tristeza e alegria, negativas e positivas, entre outras ações otimizadas com o passar dos séculos. Captar imagem, enxergar e decifrar, identificar, refletir, decidir, reagir, interagir. Ouvir, falar, cantar, caminhar, dançar, correr, nadar, sentir, expressar, e muito mais.
A capacidade humana vai além da vida corporal, transcendendo interativa com o cosmos, o universo de matérias e energias e suas leis próprias. As emoções daí extraídas sofrem ação do tempo desenvolvendo a psique humana e atraindo-a para campos extraterrestres, muita vez recebendo da biosfera, do próprio cosmos, forças inteligentes capaz de auxiliar em seu desenvolvimento. O homem de hoje tem biotipo bastante diferenciado do homem de Neandertal, que é uma espécie extinta, fóssil, do gênero Homo que habitou a Terra cerca de 300 000 anos atrás até aproximadamente 29 000 anos. Suas características herdadas geneticamente e adquiridas no ambiente que configura o indivíduo como ser e elemento de um tempo atual são distintos o bastante.
O homem contemporâneo nasce já em seu habitat, contemplado por um ambiente inteligente a partir dele mesmo, contracenando com a diversidade de gêneros, raças, sociedades. Embora assim, e mesmo dispondo já de avançados estudos da ciência e da tecnologia que confirmam a eternidade da vida através da alma, sequer logrou recursos que o venham consolar diante do fato da extinção da vida corpórea. A morte para a maioria vem sempre acompanhada de impacto emocional indizível. Como que um desafio, um mistério, em que se encontra perdido em busca da superação e uma bússola que indique o futuro.
Pergunta-se à que veio fazer, de onde viemos, para onde vamos… E sofre diante disso. Muito mais pelo embaraço de não conseguir entender o que confia a um Deus que personifica Todo Poderoso, e se mantém em silêncio, obrigando a ele próprio dissecar suas respostas de vida. Como não bastasse, sofre os processos cármicos, de ação e reação, os processos de baixa estima moral em que muita vez apela para comportamentos reprocháveis, de enveredar pelo equivocado mundo confuso do crime contra seu próprio semelhante, da corrupção, da violação de direitos, e muito outros.
Embora todos os processos confirmem a existência eterna da vida através do espírito, esse ser etéreo capaz de habitar aqui e ali, e acolá, tocado de tamanha inteligência que possa reger corpos do nascer até sua extinção terrena, o homem não conseguiu ainda a forma de responder ponderando sobre sua existência, e sofre com o fato da morte. Estuda as vidas passadas, presentes e futuras, mas não consegue superar o impacto da morte, quando lhe seria útil saber, administrando assim a passagem do corpo em estado vital para apenas espiritual. E mais uma vez sofre com isto.
É importante refletir que aqui não viemos apenas a passeio. A vida não se constitui de idas e vindas como que num parque de diversão. Tem objetivo supremo, de felicidade, de obrigações vinculadas com a responsabilidade, o merecimento. Vem muita vez atrelada a passado hediondo, de lutas, de revoltas e sofrimentos, de seres que sobrecarregados em seus estímulos subconscientes naufragam novamente em sucessivas tentativas de superação para lograr sucesso e evoluir. As novas chances de vida significam a justeza de Deus, o ser divino que concebe a existência, permitindo – em respeito e liberdade – que o ser humano associe-se ao merecimento do esforço próprio em melhorar-se e evoluir. Mas isso é assunto para estudo da alma e soma de experiências espirituais, que se pode iniciar através do conhecimento e sabedoria de Jesus, o Mestre e seus enigmas, O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, a obra de Chico Xavier, a Física Quântica, o Budismo, e muito mais.
Diante da tragédia de morte do ator Domingos Montagner, que interpretava o personagem Santo, da telenovela Velho Chico, vítima de afogamento, no rio São Francisco; prefiro rogar às forças divinas que façam valer o que de bom aqui realizou registrando a alegria de viver, e repetir os versos de Gonzaguinha quando canta: E a vida, o que é diga lá meu irmão… A vida, é bonita, é bonita, e é bonita…
Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing – g.sabino@uol.com.br
Escrito por: Gil Sabino