Em tese, o elemento mais próximo de qualquer disputa invariavelmente passa pelo desempenho de gestão, sobretudo para quem é governo – no caso de Luciano Cartaxo. Esta (a fase de governo em curso) é que vai ser o mote principal da eleição, mas não abstraiamos os fatores externos, até mesmo a influência do afastamento de Dilma, o governo Temer, etc. como fator de repercussão local.
USO DA MÁQUINA?
Antes de chegar em João Pessoa, lembremos da repercussão das medidas nacionais desmontando o processo de afetação em diversos setores e, como exemplo, citemos recente medida transferindo para o DNOCS e tirando dos governadores do Nordeste o comando das ações de enfrentamento da seca.
Ora, na prática é o PMDB quem dará as cartas no ano eleitoral, sobretudo nos rincões da maioria dos municípios do Nordeste. Realidade assim que remonta o tempo do coronelismo tem função real de querer influenciar os pequenos municípios sob o consentimento do TSE.
De alguma forma, lembra a famosa “compra de votos” logo, medidas nacionais, lógico influenciam nas disputas locais onde o PMDB comanda ou tem candidatos.
O CASO DE JOÃO PESSOA
O debate central passará pelo saldo da atual gestão de Luciano Cartaxo. Para evitar interpretação tendenciosa esperemos as novas pesquisas a partir da próxima semana para entender o rumo da sucessão na Capital.
O prefeito diz ter a gestão como trunfo, condição inversa avaliada pela oposição, que vê um saldo menor do que poderia ser feito a mais. Este é, por exemplo, o discurso da candidata do PSB, Cida Ramos, adicionando ainda questionamentos éticos em diversas obras, em especial a obra da Lagoa. Ela diz ter soluções e políticas inovadoras à base de RC, principal eleitor da Capital.
Professor Charliton no seu caso buscará trazer a questão nacional com o que considera golpe de esquemão na Câmara Federal e Senado destituindo a presidenta que gerou as condições para a maioria das obras do atual prefeito, ex-aliado dela e do PT.
Ele vai usar isso fortemente na campanha. Vitor Hugo é outra história mais ideológica.
OUTROS ASPECTOS
A posição e comportamento dos deputados federais Manoel Junior e Wilson Filho, agora candidatos a vice de Luciano e Cida, também serão fartamente explorados até por serem considerados golpistas pelos partidos progressistas, ou seja, votaram pela admissibilidade do impeachment.
Este aspecto trará os senadores Cássio e Maranhão para a arena da sociedade dividida.
Embora se irrite ao saber de citações de seu envolvimento explícito com Eduardo Cunha – negociador de mandatos e desvios de recursos, segundo o MPF, Manoel Junior será foco maior das críticas e acusações, cuja realidade é um desconforto para Luciano.
Mas este é preço do acordão para tentar vencer no primeiro turno.
Só que precisa combinar com o povo, esperar os debates, a campanha, enfim o desempenho de Cida, Charliton e Vitor Hugo.
Hoje, com base nas últimas pesquisas, Luciano está na frente. Vamos aguardar, contudo, as novas pesquisas para saber quem estará crescendo ou caindo.
A campanha será e é duríssima.
