A viagem solitária do Visionário louco pela Visão

                            Para Rosa, Beto, Marne, Paulinha, Marcos Pires, Flávio Tavares e Abelardinho Jurema

Chegou a hora e, sozinho, Neno Rabelo se foi para o “plano superior” por onde “habitam” seus pais, Humberto e Adila – suas células/cromossomos primeiros, e com quem aprendeu a fazer amigos, viver a vida intensamente, ser Empreendedor destemido, um tanto Cronista, Crítico radiofônico e Poeta, até esperar o quanto pode buscar reaver em Goiânia (GO) ou BH a visão perdida pelo descuido da Diabetes que o fez viver numa certa escuridão indesejável.

João Pessoa, enquanto cidade, perdeu nesta segunda-feira de chove não molha – um Homem Bom, de Geração tomada de rebeldia, utopias e o desejo enorme de viver ampliando as relações de amizade fazendo-o um Sujeito de sorriso farto, ironia fina à lá franceses e de amor inesquecivel pela única Rosa que mais amou na vida.

ALÉM DA BOEMIA

Neno Rabelo soube curtir a vida de prazeres da ponte aérea João Pessoa – Rio de Janeiro o quanto pode, onde fez muitas amizades para sempre em meio à revolução comportamental carioca, dando até para ver seu cumprimento de amigo irmão a João e Abelardo Jurema Filho, sem contar uma quantidade qualificada de pessoas queridas conquistadas também em João Pessoa – a partir de Marcos Pires e Flávio Tavares.

Até onde a vista alcança no meu passado carioca, lembro bem de Neno todo ancho na sala imensa do BNDES, ao lado do eterno Ministro Abelardo Jurema assessorando-o numa das fases mais promissoras de sua vida até constituir família.

O VISIONÁRIO EMPREENDEDOR DESTEMIDO

Quando Josélio Gondim, atilado e fazedor de Jornalismo impresso da escola à lá Chateaubriand – de quem fora assessor, resolveu fechar a importante, histórica revista A CARTA, em face dos atuais problemas de sempre para auto sustentação, eis que o jovem Executivo Neno Rabelo tomou para si a iniciativa de implantar em João Pessoa a publicação A SEMANA como sequência do que vira em Josélio.

Como todo Empreendedor jovem desbravador pensava ele que a cidade, a iniciativa privada e os setores oficiais espalhados nos diversos Poderes compreenderiam sua ousadia e, ato continuo, gerariam apoio comercial para dar auto sustentação ao projeto editorial.

Houve uma fase que parecia estar dando tudo certo, até que as crises políticas à frente e primeiros problemas de saúde fragilizando sua visão terminaram afetando pela insensibilidade de quase todos levando-o a experimentar muitos dissabores somente conhecidos por ele, a ex- esposa Rosa e o filho Beto – todos figuras extraordinárias da família.

Deficiência visual era tudo o que ele jamais imaginava e queria, mesmo que, durante todo o tempo, nunca desistira de seus sonhos, ora fazendo rádio, ora cursando e concluindo o curso de Direito consolidando vibração e exemplo de superação para poucos.

No caso especifico da Revista, posso testemunhar muitos apertos de mãos, batidas nas costas, promessas e mais promessas – e nada de chegar os tostões de Réis para respeitar e fazer existir o maior sonho de Neno – ter efetivamente um Jornalismo plural em nossa aldeia. Só uns poucos amigos da iniciativa privada, uns gatos pingados, como se diz lá na Torre, tinham a sensibilidade de apoiar a auto sustentação da utopia nenorabeliana.

A ESSÊNCIA DE TUDO

De hoje em diante, infelizmente, não vamos mais usufruir das conversas cumpridas, piadas, telefonemas demorados e humorados de um Cidadão de Bem, com virtudes e defeitos comuns a todos os humanos, mas um Cara exemplar na luta sem trégua o quanto pode para sustentar seu sonho de viver ao lado de amigos.

Tanto é verdade, pois lá se foi ele, sozinho, deixando muita gente triste pela falta que ele já faz.

ÚLTIMA

“Qualquer dia/ amigo/ a gente se encontra…”.


Inté.
 

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