Campina Grande sempre foi ousada nas inquietações de sua gente intelectual. Quando se volta à mente em torno dela é automático encarar Bráulio Tavares, um dos mais completos intelectuais do Brasil, os irmãos Romero e Rômulo e a devoração do cinema e da música, Aguinaldo Almeida e seu texto supimpa, Cidoval Morais tomado de best-sellers na produção literária, a garra indormida de Betinha Marinheiro e por aí se vai na imensidão desses seres além Borborema.
Tantas expressões e pessoas para chegar em Mica Guimarães, dessa safra de gente sabida, letrada e de um humor e que acaba de partir para o Além.
Há tempo não nos víamos, não conversávamos como de outros momentos de fecundidade narrativa sobre as coisas de Campina – o que sempre lhe servia de alimento espiritual e humano para conceituar as coisas, a vida e sua própria história.
Miriam Ribeiro foi quem primeiro me despertou o “encantamento” de Mica com registro no “jornal” da moda, o tal do Face, a mais forte cascata de informações com imagens e tudo a se espraiar pelo mundo a fora.
Quando menos espero, lá está no portal WSCOM a manchete macabra da “senhora” tratada por Augusto dos Anjos por sua fome devastadora ao sair pelo tempo e mundo levando consigo quem amamos.
Mica Guimaraes cria em nós um sentimento de luto, de dor para sempre só não mais existente quando cada um de nós formos ao seu encontro na “eternidade” das pessoas do Bem e de sabedoria incomum.
O jeito agora é nos contentarmos sem seu sorriso de acato e encantamento geral.