A vergonha

 

Os valores culturais e sociais que assimilamos na formação de nossa personalidade, são os maiores responsáveis pelo sentimento de vergonha que às vezes experimentamos. O momento em que nos julgamos cometendo algo inaceitável nas relações sociais e por isso nos sentimos embaraçados, querendo fugir dos olhares daqueles que presenciaram alguma conduta entendida como reprovável.

A exposição pública do que pode causar uma situação ridícula ou provocar constrangimentos e humilhações, atinge nossa autoestima e acarreta uma reação emocional de incômodo na convivência social. A impressão que temos é de que todo mundo está nos condenando e nos vemos atacados na dignidade humana.

Para vencer o desconforto, dessa experiência negativa, o melhor que fazemos é trabalhar o próprio controle regulador das regras e padrões comportamentais que entendamos ser socialmente corretos. Mas nunca perdendo o senso moral que impõe posturas na convivência social. No entanto, sem supervalorizar o juízo formado pelos outros. Minimizar tanto quanto puder o sentimento de culpa resultante de uma autoavaliação negativa.

A vergonha também se manifesta na timidez. O medo de não corresponder às expectativas alheias. A oportunidade em que nos consideramos incapazes de realizar alguma coisa que seja demandada pelos outros. Todos nós já passamos por isso. As pernas tremem, falta voz, o coração bate mais forte.

Mas existem os “sem vergonha”, indivíduos que não se acanham em infringir normas e procedimentos considerados corretos pela sociedade. São pessoas fracas de caráter, personalidade desprezível.

Como então vencer a vergonha? No meu modo de ver é encarando-a com a naturalidade de quem admite seus erros, mas está disposto a corrigi-los, ou vencendo os receios de que o julgamento dos outros tenha efeitos de abatimento sobre a sua autoestima. Ter a consciência de que a relação intrapessoal deve priorizar as análises de opinião nas relações interpessoais.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.

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