Tenho dificuldades para conviver com a solidão. É um sentimento que gera angústia, uma sensação de isolamento, um desconforto espiritual. Provoca medo, insegurança. Quando falo na solidão, não é simplesmente a circunstância de estar sozinho, mas a experiência desagradável de sentir-se meio que abandonado, desamparado, desconectado com o mundo. A solidão pode acontecer até quando estamos no meio de uma multidão, cercado por pessoas anônimas, que nada têm a ver conosco.
Na verdade não gosto do silêncio da solidão. Prefiro perceber que a vida se movimenta ao meu redor. Quero ouvir vozes, barulho do cotidiano urbano, música, agitação. A solidão potencializa um vazio existencial. Fujo dessa reação emocional de retraimento.
Aparecerão os que me contradigam ressaltando a importância da solidão como oportunidade de se estabelecer uma conversa consigo mesmo. Promover o autoconhecimento. Refletir sobre a própria vida. Esses momentos, na minha concepção, não são experiências de solidão. Ficar sozinho para meditação ou comunicação com Deus, é uma decisão pessoal, objetivamente adotada. A solidão é uma sensação que independe da nossa vontade. Ela vem como uma doença, um problema psicológico.
Como ser social, detesto me isolar. Procuro, de todas as maneiras, evitar que o mal da solidão abata meu ânimo, fira minha alma.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.

