Quem não tem capacidade para o diálogo usa do insulto para tentar prevalecer seu ponto de vista. Na ausência de habilidade para convencer, discordar, contra argumentar, muitos partem para a ofensa verbal. É também uma forma de intimidação, de querer ganhar o debate na base da apelação, atingir o ponto fraco do interlocutor.
Entendo que o insulto faz perder a razão. Deixa desconfiança na veracidade das afirmações, porque nasce de um impulso emocional de raiva, de inveja ou de fraqueza. A linguagem insultuosa demonstra indisposição para a prática da cordialidade, da convivência harmoniosa, do respeito à civilidade.
A melhor forma de enfrentar um insulto é ignorá-lo. Assim procedendo ele perde a dimensão agressiva. Reagir com bom humor desarma qualquer intenção de nos atacar, porque não aceitamos entrar no jogo dos vitupérios, dos xingamentos, da provocação.
O insulto ganha características de humilhação, descompostura, desfeita. Ultrajar a reputação de alguém é, no mínimo, uma atitude de grosseria, indelicadeza, desconsideração. Não podemos ver com bons olhos uma pessoa que age dessa forma. Ou tem caráter duvidoso, ou se mostra despreparado para enfrentar debates, discussões, polêmicas, com serenidade e competência.
O revide no mesmo nível da afronta transforma o diálogo numa contenda, onde os dois se igualam na condição de agravo. E aí ninguém tem equilíbrio para se chegar a um denominador comum ou a uma conclusão fundamentada na lógica e na verdade.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.