A ternura

 

Quando duas pessoas que se gostam vivem numa eterna declaração de mútuos afetos, com certeza, estarão sempre irradiando ternura. Essa é a mais eficaz forma de azeitar a chama do amor. Na ternura há um comprometimento recíproco de vidas em comum, o compartilhamento permanente de sentimentos de compreensão, companheirismo e apego.

O enternecimento que domina a alma dos enamorados torna-os mais felizes. Praticamos a ternura no olhar, no falar, no abraçar, no oferecer atenção e cuidado, a alguém que amamos, sem exigir nada em troca. Na oferta da ternura não há cobranças, nem pressão. Tudo é expressão da espontaneidade dos sentimentos de carinho que nascem numa convivência amorosa.

Impossível compreender a sexualidade plena sem a existência da ternura num envolvimento de apaixonados. É condição primeira para que se afirme a pureza da sensualidade, desprovida de falsos pudores. Na ternura não há dominação na parceria, ambos são cúmplices iguais na vivência dos prazeres do amor.

O complexo machista que ainda domina nossos conceitos culturais, muitas vezes teima em querer classificar a ternura como uma característica feminina, como se aos homens não fossem permitidos gestos de delicadeza no encontro entre dois amantes.

O guerrilheiro Che Guevara tem uma célebre frase que diz: “é preciso ser duro, mas sem perder a ternura jamais…”. Isso quer dizer que, mesmo nas horas em que haja necessidade de se afirmar forte, ninguém pode se dar ao direito de perder a ternura, nunca.

As nossas primeiras experiências com a ternura acontecem na infância quando recebemos o colo amoroso da mãe, que se entrega por completo na dedicação ao filho. Na família ao recebermos a atenção cuidadosa de nossos pais, no aconchego de proteção e devotamento.

Nos pequenos detalhes demonstramos a ternura. Nas manifestações que surpreendem, nas atitudes que emocionam por serem inesperadas. São emoções que sensibilizam porque brotam do coração. O ser humano vive em paz quando é terno, porque no seu espírito estão consolidados sentimentos de meiguice, amor e afabilidade, para com o próximo.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso
Ir para o conteúdo