Quando estamos em oração ficamos contritos em comunhão com Deus, mas normalmente em silêncio. É a melhor forma de concentração e de manifestação daquilo que fala o coração. Isso termina por ser um ensinamento da importância da comunicação em silêncio.
Estamos sempre experimentando a necessidade de praticar essa grande verdade. Calarmo-nos para ouvir os sons internos de nossa alma. Há momentos em que silenciar é demonstração de sabedoria. São ocasiões em que percebemos que só o silêncio convém. Afinal de contas o silêncio é também resposta.
O saber popular afirma que: “erra menos, quem menos fala”. Portanto, ao nos calarmos, em determinadas circunstâncias, podemos melhor raciocinar e escutar a voz da razão. A interação nem sempre se faz pela comunicação verbal, ela se expressa pelos olhos, por gestos, por sorrisos, etc. Existem palavras que não precisam ser ditas, basta serem sentidas.
O boquirroto, o falastrão, o tagarela, se vê muitas vezes em situações constrangedoras de ter que explicar as besteiras que disse. A pessoa comedida no falar, não passa por esse tipo de vexame. Caracteriza-se por ser alguém prudente, cauteloso. Deparamo-nos, no dia a dia, com indivíduos convictos de que conquistam respeito através do grito, da força de pressão das palavras. Observamos que essas figuras terminam sendo atropeladas pelo que falam porque não conseguem conter seus impulsos emocionais e exteriorizam o que pensam inadequadamente e, muitas vezes, irresponsavelmente.
Pode ser que apareça quem contra argumente com a tese de que “quem cala consente”, ou que o silêncio pode ser interpretado como falta de conteúdo ou posicionamento. Não estou refletindo aqui sobre o silêncio covarde, o silêncio omisso, o silêncio alienado. Refiro-me ao silêncio como argumento, como ausência de discussão estéril, ou debate com os que se apresentam com ideias e pensamentos tolos.
Concluo com uma frase de Confúcio: “O silêncio é um amigo que nunca trai”.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.
