Fico realmente com pena das pessoas que se arvoram melhores do que as outras. Acham-se diferentes, jactam-se de uma condição de superioridade, superestimam suas próprias capacidades. É o que chamamos de um sentimento de soberba.
Fazem da vaidade ou do orgulho, no sentido negativo de autoafirmação, a maneira mais objetiva de querer assumir o controle das situações, ambicionando o poder e impondo as suas vontades. Não têm o mínimo respeito ao que os outros pensam ou querem. Costumam inflar o próprio ego. Adoram as ostentações, as demonstrações de que estão num patamar de distinção perante os demais.
Na ânsia de se manterem no pedestal, desprezam princípios éticos e desconsideram valores morais. A soberba elimina os conceitos de amizade e respeito ao próximo. Por isso mesmo os indivíduos que carregam na sua personalidade esse sentimento não são felizes. Vivem num isolamento que a ideia de excelência os coloca. Humildade é uma palavra que não figura no dicionário dos soberbos.
Essas pessoas têm geralmente a resposta da vida. E quando sofrem a queda da altura em que se imaginavam ficar por muito tempo, percebem o quanto foram tolos e ingênuos, ao se julgarem acima dos padrões da normalidade. Elas sequer admitem aprender algo, porque entendem que sabem tudo, são donos da verdade.
Não consigo ser tolerante com quem vive de “nariz empinado”. Vejo-o como um doente, alguém que padece de um mal íntimo de caráter. Afasto-me dessa gente como quem foge dos acometidos de uma moléstia que contagia. Tenho muita dificuldade em conviver com indivíduos com esse tipo de comportamento.
Não é por menos que a Igreja Católica coloca a soberba como um dos sete pecados capitais da humanidade.
• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS E EMOÇÕES”.